Por causa de episódios como o fechamento do site MegaUpload e da polêmica SOPA, que chegou a ser retirada da pauta dos congressistas, a conclusão mais próxima é que o lucro obtido pela indústria do cinema ou da música (a partir da venda de álbuns, por exemplo) é um navio prestes a afundar.
Não é bem por aí, de acordo com um novo estudo feito por auto-intitulados “defensores do mercado aberto” da Computer & Communications Industry Association e do Techdirt, fundadores do floor 64. A pesquisa, intitulada The Sky is Rising e finalizada em janeiro deste ano, fornece argumentos convicentes para provar que os artistas, na verdade, estão prosperando e que as entidades corporativas, quando confiam nos artistas e nos consumidores, também saem ganhando.
As provas dessas constatações são os números, que são colocados em forma de infográfico, que pode ser visto logo abaixo (em inglês). Ao contrário do que se pensa, as vendas, o consumo e o crescimento dos videogames, músicas, livros e filmes estão disparando ao passar dos anos.
O documento em si, abaixo do infográfico, possui um ensaio a respeito dessas áreas em crescimento, assim como 10 estudos de caso. Há bons exemplos que vão desde a maneira como a desenvolvedora de games Valve conseguiu lidar com a pirataria com sucesso até o comediante Louis C.K que ganhou mais de 1 milhão de dólares em um show sem DRM (tecnologia de gestão de direitos autorais) vendido pela internet. A cada exemplo, tudo se resume a um simples conceito: os consumidores desejam apoiar e dar suporte aos artistas.
Usem novas estratégias
No documento, o argumento não é que a pirataria não afetou as indústrias supracitadas – obviamente que os modelos de negócios foram influenciados. Ao invés disso, o relatório aconselha às companhias envolvidas (e não seus artistas propriamente ditos) a pararem de reclamar sobre os novos desafios dos dias de hoje e aprenderem a obter mais lucro utilizando métodos novos.
O resumo do estudo afirma: “esperamos que esse documento ajude tirar o foco do debate de pequenos interesses de certas pessoas e mudá-lo para o aproveitamento de novas oportunidades, em direção a um reconhecimento mais positivo de possibilidade muito mais abertas para criar, promover, distribuir, conectar e monetizar apresentadas pelas novas tecnologias
O MegaUpload era uma empresa totalmente ilegal? Ela permitia que as pessoas armazenagem seus dados e compartilhassem os mesmos ou outros usuários, porém a mesma descrição pode ser utilizada para o Dropbox, queridinho do Vale do Silício, para a Box.net e assim por diante.
O projeto do SOPA realmente ajudaria a indústria fonográfica a retornar aos bons e velhos dias da música sem pirataria? É improvável, porém isso definitivamente iria prevenir que certos tipos de compartilhamentos que ajudaram artistas indie como Soulja Boy e Drake a, mais tarde, faturarem dezenas de milhões de dólares exatamente para essas companhias.
A RIAA (Associação da Indústria de Gravadoras da América, em inglês) não comentou o estudo, todavia argumenta em seu site que anualmente a pirataria causa um prejuízo de 12 bilhões de dólares. A verdadeira pergunta é: se livrar do MegaUpload é a melhor maneira para combater os ladrões digitais? Sob a luz das crescentes criações e oportunidades disponíveis hoje, é difícil não enxergar a remoção do MegaUpload como um equivalente digital à uma apreensão de drogas televisionada. O show é ótimo, mas não ajuda a longo prazo.
Podemos esperar que os números de pirataria continuem no mesmo nível até as companhias de música mudarem sua estratégia. Baseado nesse novo relatório, algumas já estão experienciando os benefícios.
FONTE: IDG NOW