Os projetos de lei conhecidos como SOPA e PIPA - siglas de “Stop Online Piracy Act” e “Protect Intellectual Property Act” - surgiram de um esforço das indústrias fonográfica e de cinema americanas para retomar as vendas que perdem com o compartilhamento gratuito de seus produtos na internet. Bloqueando e punindo os piratas, as companhias imaginam poder ressurgir das cinzas com a venda de conteúdo on-line.
As leis de combate à pirataria pretendem bloquear o acesso a sites que comercializam conteúdo pirata como música, filmes e livros além de impedir empresas de pagamento de transferir dinheiro para seus donos além de suspender imediatamente publicidade relacionadas a eles. Motores de busca seriam solicitados a apagar links para tais sites dos resultados e provedores seriam obrigados e interromper o acesso - especialmente os estrangeiros.
Twitter e Facebook, por exemplo, poderiam ser punidos por permitir que usários publiquem conteúdo "proibido" nas redes sociais. Google poderia ser acusada de manter anúncios publicitários e links para sites piratas nos seus serviços de internet.
Para proteger a propriedade intelectual na web, a nova legislação pretende dar ao governo dos EUA maiores de poderes para punir donos de "sites dedicados à pirataria ou produtos falsificados".
As normas irão obrigar os sites a acharem um meio técnico de impedir a distribuição do conteúdo sob pena de fechamento ou até cinco anos de prisão para os organizadores do portal ou rede social.
Sem fazer distinção, qualquer site conectado via hiperlink com outro site apontado como pirata pode, a pedido do governo ou de empresas donas do conteúdo como gravadoras, editoras e estúdios de filmes ser banido da internet.
Produtores de conteúdo e estúdios de cinemas como Disney, Universal, Paramount e Warner Bros. e outros gigantes apoiam a iniciativa. Google, Amazon, Facebook, eBay, Twitter, PayPal, Zynga, Mozilla, entre outras gigante de internet, escreveram cartas ao Congresso e fizeram manifestações on-line.
Desta forma, a internet virou um lugar mais escuro nessa quarta-feira quando diversas empresas ligadas à web decidiram protestar contra as propostas de lei SOPA e PIPA, que transitam no congresso americano há algum tempo. A ideia geral era de fazer um blackout, desativando qualquer funcionalidade nos seus sites. Mas alguns dos serviços não podem se dar ao luxo de sair do ar por muito tempo, então as formas de protesto variaram bastante. Veja abaixo alguns dos principais.
GOOGLE
A gigante da web não quis (e nem pode) desativar seu mecanismo de busca, mas a página inicial tem um link com os dizeres “Diga ao congresso: Por favor não censure a web!” e leva a uma landing page que mostra uma descrição do que as leis podem causar e permite deixar a assinatura numa petição online.
WIKIPEDIA
Quem tentar visitar a Wikipedia em inglês hoje vai dar de cara com uma página preta acima. Para os deseperados que realmente precisam acessar alguma informação nela, o leitor Wendely Leal tem uma solução chamada Light Wikipedia que tira essa camada do blackout.
REDDIT
Como prometido, o site saiu do ar e impossibilitou seus usuários cadastrados de enviarem notícias. Assim como os demais, ele exibe um aviso do porquê do protesto, mostra links para dados sobre as leis e oferece um link para uma petição online que os americanos podem assinar e manifestar sua posição contra as propostas.
BOING BOING
No lugar da sua página inicial com posts envolvendo tecnologia e cybercultura em geral, o blog BoingBoing exibe um aviso de erro 503. Esse é o método recomendado por um funcionário do Google para que bloggers que não sofram tanta penalização pelo robô indexador do Google. Há detalhes de como ela funciona e como implementá-la no final desse texto.
FLICKR
O caso do Flickr é um pouco diferente, eles não planejam deixar a página escura ou sair do ar. Mas usuários do Flickr podem escurecer fotos uns dos outros durante 24 como forma de protesto. Nas fotos em que isso for feito, será colocado um aviso de que um usuário decidiu escurecer a foto e o por quê. Um link no final desse aviso permite que a foto seja visualizada normalmente e outro permite que os usuários desativem o escurecimento de fotos.
XDA-DEVELOPERS
O site mais usado por desenvolvedores de aplicativos para plataformas móveis também se uniu ao protesto. Mas fez algo também diferente: disponibilizou uma petição online que, ao receber 50 mil assinaturas, vai reativar o site automaticamente. É uma maneira interessante de protestar, e provavelmente bem eficiente para conseguir assinaturas e apoio contra as leis.
THE OATMEAL
Famoso site de quadrinhos, The Oatmeal não perdeu a chance de fazer algo significativo para o dia. O site exibe um gif bem-humorado (possivelmente NSFW, esteja avisado) dizendo o que poderá acontecer caso as leis sejam aprovadas.
Também participam do blackout, cada um da sua maneira, o site de hospedagem de fotos Twitpic, a Mozilla, a revista Wired, e o famoso fórum 4chan. O Facebook e o Twitter já se posicionaram contra ambas, mas nenhum dos dois planejou algum protesto para o dia.
COMO ENTRAR NO PROTESTO
Caso você seja dono de um site e quer manifestar seu repúdio à SOPA e a PIPA, existem várias maneiras de fazer isso. Se você tem um blog em WordPress, existem diversos plugins com esse propósito. Também há um código disponível no site SopaStrike. para quem não tem uma página em wordpress. Se você tem acesso ao servidor e souber o que está fazendo, o funcionário do Google Pierre Far sugere que você implememente o HTTP Status 503, como fez o BoingBoing.
FONTE: Tecnoblog