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N o t í c i a s

13/12/2011
Windows 8 x Mac OS X Lion: pontos fortes e fracos dos sistemas operacionais

O lançamento do sistema operacional da Apple e a expectativa pelo da Microsoft apontam para um mesmo lugar: a mobilidade e a integração de dispositivos. Seja via sistema, como propõe a Microsoft ou seja via experiência, como quer a Apple, ambos os sistemas operacionais vislumbram um mundo de equipamentos portáteis, sensíveis a toque e integrados.

Quando dois gigantes, como Microsoft e Apple, dizem que algo é realmente revolucionário, o que se espera é uma mudança radical no modo de lidar com computadores. No caso dos sistemas operacionais, Windows 8 e Mac OS X Lion são as apostas das fabricantes para delinear um cenário onde a integração com dispositivos móveis e a agilidade são premissas levadas a sério com a força da inovação que levou estes dois nomes ao topo do mercado de tecnologia.

Mas a pergunta que fica é: será que os investimentos que cercam estes grandes lançamentos são o suficiente para mudar o posicionamento das duas empresas ante o mercado?

De um lado, a Microsoft sempre foi uma marca para o grande público e para a maioria das empresas, e que tem como característica a versatilidade de softwares em relação aos diversos hardwares do mercado. O que dá à empresa fundada por Bill Gates uma vantagem competitiva: preço. De outro lado, a marca idealizada por Steve Jobs mantém uma sensação de exclusividade, o preço não é o seu principal approach, a relação entre hardware e software é extremamente otimizada em função de estarem sob tutela do mesmo fabricante e o público crescente e fiel é composto por usuários comuns e empresas de verticais específicas, como design e multimídia.

Se de um lado a versão beta para desenvolvedores do Windows 8, lançada em setembro, atingiu a marca dos três milhões de downloads, mostrando o interesse dos profissionais de desenvolvimento, o lançamento do Mac OS X Lion, em julho último, teve um milhão de downloads em apenas 24 horas.

A vocação para mobilidade das duas plataformas é expressa de maneiras diferentes. Enquanto a Microsoft investiu num sistema operacional que deve ser voltado tanto para PCs quanto para tablets, a Apple preferiu unificar as linguagens adicionando gestos de comando no trackpad, que aproximam a experiência do computador com a dos equipamentos portáteis da marca.

Porém, esta tendência à mobilidade pode ter sido um passo em falso para a Microsoft, segundo a consultoria IDC. No recente estudo divulgado nos EUA, a empresa afirma que não devem haver muitos upgrades para a nova versão entre os usuários PC, uma vez que as mudanças mais significativas do sistema operacional dizem respeito ao Metro, cujo diferencial é o funcionamento em telas de touchscreen Com uma interface muito parecida com a do Windows 7, segundo a avaliação do IDC, os usuários domésticos tenderão a ter contato com o novo sistema operacional, que deve chegar ao mercado em fevereiro de 2012 na versão beta, apenas na compra de computadores novos. No caso dos clientes corporativos, a distância deve ser ainda maior, segundo a consultoria. A compatibilidade entre aplicações usadas nas empresas pode ficar comprometidas no novo sistema, o que as mantém afastadas do buzz dos lançamentos.

Hardware

Uma característica importante dos produtos da Apple é a extensa compatibilidade entre hardware e software, o que permite atualizações de sistema operacional sem que se tenha grandes investimentos em equipamentos.

O empresário e blogueiro Thiago de Paula, o Mineiro, foi um entre os mais de um milhão de usuários que baixou a nova versão do sistema operacional da Apple no primeiro dia de lançamento. Ele usa a versão XP do Windows em sua loja apenas pela incompatibilidade dos sistemas do governo com Mac. No mais, é usuário contumaz e apaixonado pelos produtos da Apple. Thiago se orgulha de dizer que tem um Mac com cinco anos de uso que nunca precisou ser restaurado e recebeu perfeitamente a atualização para o novo sistema operacional.

“A única incompatibilidade de hardware que encontrei foi que meu Mac não suporta a função AirDrop (troca de arquivos entre Macs via wireless quando estão conectados à mesma rede)”, explica Thiago.

O revés dos Mac OS é a comunicação com serviços online, por exemplo, que fica comprometida em função da incompatibilidade. Thiago diz que usa o Windows apenas para acessar o site do banco e para se comunicar com a Receita Federal.

“A grande jogada, no Lion, foi a união da experiência no PC ao que a Apple trouxe para a gente no iPhone e depois no iPad”, afirma Thiago.

A Apple divulgou que a atualização da versão de seu sistema operacional contém cerca de 250 novidades em relação ao sistema anterior. Muitas delas bastante visíveis. Outras, no entanto, relativas a codificação e voltadas para a estabilidade do sistema.

Windows

Em termos de revolução, o que se pode esperar com a chegada do Windows 8 é uma maior agilidade, por exemplo na produção de aplicativos, uma vez que o mesmo sistema operacional está sendo desenhado para dispositivos móveis e para PCs. Um grande empecilho dos desenvolvedores de aplicativos atualmente é ter que reescrevê-lo para os diversos sistemas operacionais, ou seja, um mesmo aplicativo precisaria ser programado de forma diferente para rodar no computador, no tablet e em um celular.

“Quando for programado um aplicativo para o Windows 8, ele vai rodar nativamente no tablet, e isso é revolucionário”, afirma Humberto Izabela, diretor da Promisys Soluções em Informática.

O executivo, que tem experimentado a versão para desenvolvedores do software, afirma que a vocação para touch é bastante evidente no novo sistema operacional da Microsoft. Além disso, há uma quebra de paradigma ao relatar que o botão “Iniciar” já não aparece mais na interface Metro.

A aposta da fabricante em integrar-se a dispositivos como tablets e celulares é uma clara tendência a acreditar no crescente poder de processamento destes aparelhinhos. Humberto afirma que com a progressão de crescimento do poder dos processadores, que dobra a cada 18 meses, em breve teremos no mercado tablets e celulares com poder de processamento superior ao que vemos hoje em notebooks.

“A tendência de mesmo o notebook ficar de escanteio é grande”, afirma o executivo. “Eu não duvido que nos próximos anos a gente tenha um tablet com processador Quad Core.”

E a resposta à pergunta sobre se há mudança no públicos dos fabricantes é que apesar de haver um grande movimento em direção aos equipamentos da Apple, impulsionado por iniciativas de marketing e por lançamentos como iPhone e mesmo o iPad, a vocação dos equipamentos que rodam o produto da Microsoft ainda é o grande público, a diversidade de hardwares e o preço. E isso só mudará se a Apple mudar sua estratégia e passar a focar nesta fatia do mercado. O que parece pouco provável.

FONTE: IT WEB


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