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N o t í c i a s

24/11/2011
Pesquisa revela o perfil do empreendedor digital brasileiro

Com MBAs e sem investidores capitalistas, a grande maioria dos empreendedores digitais brasileiros vem de áreas de negócios, não de tecnologia.

Homens na faixa dos 30 anos, com elevado nível de escolaridade, formados em diversas áreas, que empreendem para fazer aquilo que gostam, residentes no eixo Sudeste/Sul do Brasil e sem acesso a investimento para iniciarem suas startups, sendo que a maioria mantém emprego para financiar com capital próprio. Este é o perfil do empreendedor digital brasileiro, de acordo com pesquisa encomendada pelo Grupo RBS, que promove o Prêmio RBS de Empreendedorismo e Inovação (PREI).

A pesquisa realizada pelo M. Sense Pesquisa e Inteligência de Mercado entrevistou 770 empreendedores digitais no Brasil entre setembro e outubro. Como empreendedor deste setor considerou-se o fundador de uma empresa ou idealizador de projeto no meio digital.

O estudo também aponta que a pirâmide social dos empreendedores digitais é diferente do perfil da população brasileira. Além de majoritariamente homens (75%) e com idade entre 20 e 30 anos (61%), a pesquisa identificou que 86% dos empreendedores digitais pertencem às classes A e B. Já entre a população brasileira, as mulheres são ligeiramente mais numerosas e a classe C é a maioria, inclusive entre os internautas.

Com elevado nível de escolaridade, já que 95% possuem superior completo ou estão cursando, o empreendedor digital brasileiro curiosamente não necessita de formação em tecnologia, sendo Comunicação Social o curso mais frequentado, opção de 32%. Grande parte dos entrevistados (70%) busca nos cursos de pós-graduação o conhecimento para gerir seus negócios, principalmente em administração/gestão empresarial e marketing, preferência de 59% dos respondentes. “O meio digital no Brasil é identificado como mídia e atrai profissionais da área de Comunicação, diferente do que acontece em países como os Estados Unidos, por exemplo, em que os profissionais de Tecnologia é que dominam este segmento”, avalia Fábio Bruggioni, CEO de Internet e Mobile do Grupo RBS.

Com relação às áreas de atuação, nota-se um equilíbrio entre negócios de conteúdo (26%), social media (25%) e web e mobile (25%). Apesar da expansão de negócios transacionais, como sites de compras coletivas, leilões virtuais e e-commerce, esse tipo de empreendimento representa apenas 9% dentre os projetos dos empreendedores digitais entrevistados.

Além das características naturais de um entrepreneur, como criatividade, iniciativa e inovação, os empreendedores digitais brasileiros precisam ter uma boa visão estratégica e de modelos de negócio para se adaptar ao mercado e pagar as contas no fim do mês. As principais dificuldades que eles encontram são a falta de investidores, sejam eles públicos ou privados, e a falta de mão de obra qualificada, principalmente em tecnologia. “A pesquisa mostra que a falta de investimentos e de políticas de incentivo do governo faz com que os empreendedores deixem a inovação em segundo plano”, destaca Bruggioni. “Para viabilizar seu negócio, o profissional precisa colocar sua ideia em prática rapidamente para ter retorno e, no mínimo, conseguir se manter, não sobrando tempo nem recursos para investir em inovação”, acrescenta o CEO.

A maior motivação indicada pelos entrevistados para empreender é trabalhar com o que gosta (79%). Sendo assim, não é raro encontrar empreendedores digitais que, além de enxergar as oportunidades e desenvolver o plano de negócios para suas idéias, trabalham, financiam e abrem as portas de suas próprias casas para o desenvolvimento do projeto.

Outros dados relevantes identificados na pesquisa são a região onde os empreendimentos digitais estão concentrados e a idade das empresas: 93% localizam-se no Sul e no Sudeste e têm menos de três anos de vida (74%). O estado de São Paulo desponta como o maior pólo brasileiro de empreendimentos digitais, com 62% do total de projetos do País.

As startups são em média fundada por dois sócios (39%) e contam com cerca de cinco pessoas trabalhando nelas (36%). Do início até o lançamento do produto, 38% dos empreendedores levam de sete a 12 meses de trabalho.

FONTE: Meta Análise


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