Até pouco tempo, os CIOs tinham basicamente duas opções para desenvolver um aplicativo móvel, nenhuma delas considerada ideal. Eles podiam produzir um aplicativo leve, baseado na web que daria aos usuários acesso básico a mensagens, agendas e dados corporativos a partir da nuvem ou do acesso remoto ao servidor da empresa.
A principal vantagem desse modelo é que ele é do tipo “escreva uma vez, transporte para qualquer lugar” ou perto disso. Adaptar para diferentes tipos de equipamentos móveis é fácil. E os programadores podem usar linguagens familiares de web, como o HTML.
O problema? Tais aplicativos não conseguem tirar vantagem dos recursos dos smartphones e tablets, como GPS e múltiplas câmeras. Para isso, é preciso escrever diferentes versões de cada aplicação usando linguagens de programação, plug-ins e APIs específicas para equipamentos móveis, seja um iPhone ou uma versão específica de Android.
Empresas que lidam diretamente com consumidores não têm muitas alternativas a não ser dar suporte a múltiplas plataformas. Mesmo quando se trata de usuários internos, executivos de TI reportam diferentes graus de sucesso no controle ou limitação dos aparelhos móveis que os empregados, particularmente os executivos, vão carregar.
Em uma pesquisa recente, patrocinada pela Sybase e realizada pela empresa independente Kelton Research, 58% dos 500 trabalhadores dos Estados Unidos e do Reino Unido ouvidos disseram que eles abririam mão do café gratuito no escritório em troca de ter o direito de usar seus próprios equipamentos móveis no trabalho em vez de ter de usar aqueles indicados por TI.
Por sorte, os gestores de TI agora têm uma terceira opção, híbrida, que usa código baseado em web para o corpo do aplicativo e código nativo e plug-ins para tirar proveito dos recursos proprietários de cada sistema operacional móvel. O facilitador disso é o protocolo HTML5, do Worldwide Web Consortium’s (W3C), com recursos poderosos de animação e interação em web e pode rodar em múltiplas plataformas. O W3C ainda precisa ratificar completamente certos elementos do protocolo, como o cachê, que permite aos usuários móveis trabalharem off-line. Mas isso não impede muitos gestores de TI de usar ou ter planos de uso para ele.
“O HTML5 parece ser uma boa solução para vários problemas de interatividade”, diz Sami Hassanyeh, diretor do Grupo de Estratégia Digital da AARP. Por exemplo, “a organização está trabalhando num serviço de localização pelo qual se você entrar numa loja será informado do desconto ou serviço específico que temos. Ou podemos ajudá-lo a encontrar uma enfermeira para sua mãe em outro estado”, diz Hassanyeh.
A boa notícia é que há uma avalanche de plataformas de desenvolvimento de aplicativos móveis vinda de empresas como Sybase, Appcelerator, IBM, Sencha, Syclo e Antenna Software, que pode assumir boa parte do trabalho bruto de programar apps móveis que podem rodar em modo nativo em várias plataformas.
Desenvolver apps é só um pedaço de uma estratégia bem-sucedida. Uma vez que você se comprometa com o desenvolvimento de aplicativos móveis, especialmente para consumidores, terá de atualizá-las frequentemente – mais do que em um website tradicional. Isso não é fácil ou barato, mas é necessário, diz Hassanyeh.
FONTE: CIO UOL