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N o t í c i a s

16/11/2011
Tecnologias móveis para mudar o mundo e fazer dinheiro

Ainda não está muito claro se a tecnologia é realmente o motor das transformações que o mundo vem vivendo ou se, inversamente, a necessidade de mudanças dita novos padrões para a indústria. De toda forma, é praticamente consenso que com o potencial de comunicação direta entre indivíduos e difusão de mensagens em massa que as novas mídias têm, colocar paradigmas em xeque, questionando modelos e organizando revoluções se tornou mais fácil.

Até aqui, entretanto, nada de novo, nada que não nos remeta às constatações óbvias do dia a dia: com um celular e conexão à internet, posso dizer o que quiser, na hora que quiser, a um número incomensurável de pessoas e causar efeitos imprevisíveis. Mas é no aparente clichê que, para o pesquisador e consultor norte-americano Tomi Ahonen, está o futuro dos mercados. Uma das principais autoridades mundiais em tecnologias móveis, ele acredita que a sociedade hiperconectada já é uma realidade e um nicho (se é que se pode chamar de nicho algo que já se pode perceber tão grande) promissor.

No dia 31 de outubro deste ano, segundo cálculo da ONU, passamos a ser 7 bilhões de seres humanos no mundo. "Em alguns anos, o mundo vai ter mais contas de celular do que pessoas. No Brasil isso já é realidade", lembra Ahonen.

Em sua palestra na HSM ExpoManagement 2011, o especialista apresentou alguns gráficos que apontam um crescimento acima dos padrões na quantidade de linhas celulares em relação à população, diferentemente do que acontece com mídias mais tradicionais, como a TV.

Para Ahonen, perceber tal dimensão e saber explorar as propriedades das tecnologias móveis nesse contexto é o segredo (não muito secreto!) para quem quiser se antecipar às tendências e sair na frente na disputa por um mercado promissor. E a regra para tanto é entender a cabeça dos jovens, por um motivo simples: "para os jovens, as tecnologias móveis são as favoritas, e eles são os consumidores do futuro (e do presente também, vale salientar)", destaca o especialista.

O jovem de hoje, já bastante autônomo em suas posições e um influenciador de peso em praticamente todos os mercados, será em um futuro breve um adulto que não utilizará notas de papel para pagar contas, acredita Ahonen. Para ele, as tecnologias móveis consolidadas enquanto mídia de massa solidificarão também novas maneiras de efetivar negócios, como os já existentes atualmente: mobile banking, pagamentos virtuais, celulares que atuam como cartões de crédito etc.

"O cheque não matou o dinheiro, o cartão de crédito não matou, o PayPal não matou. Mas a tecnologia móvel vai matar", afirma.

A mídia de massa pessoal

A transformação dos dispositivos móveis em instrumentos de uma nova mídia de massa (a "mídia de massa pessoal", como define Ahonen), gera também um novo cenário em que população, companhias e governos precisam repensar seu papel e a forma como como atuam no conjunto social. Nesse sentido, é importante levar em conta, antes de tudo, que – apesar do caráter massivo, " o celular é uma mídia de massa diferente", como explica Ahonen.

O especialista destaca que, com todo mundo conectado, o alcance da mídia móvel supera o da TV, por exemplo, só que com uma diferença: faz isso de forma segmentada. "Você quer ver notícias sobre futebol, determina que só quer receber conteúdos sobre futebol. Se você quer saber da vida de Lady Gaga ou Angelina Jolie, segmenta seu conteúdo só para mensagens sobre celebridades", explica.

A grande pergunta, aqui, é: você vê notícias no celular? Pois é. Tudo é uma questão de hábito. No Brasil, houve até um tempo em que os usuários assinavam (e ainda há quem assine) serviços de notícias, horóscopo, piadas etc. por SMS. Hoje, isso já não funciona bem e soa como tecnologia obsoleta. Mas, em tempos de smartphone e pessoas com necessidades cada vez maiores de se sentirem conectadas, revisões desse conceito podem fazer sentido e gerar negócios. Ahonen conta que "no Japão, por exemplo, usuários assinam serviços de notícias que são veiculados de forma randômica e constante na tela de descanso do aparelho celular, junto ao relógio".

FONTE: Administradores


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