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N o t í c i a s

20/10/2011
Eletrônicos precisam exigir menos do usuário e oferecer mais

Se ainda pensamos que o que importa em nossos dispositivos digitais é apenas os dados, estamos nos enganando, afirma Genevieve Bell, antropóloga e diretora do laboratório de pesquisas da Intel. Eles se tornaram pessoais, defende.

Nós usamos notebooks e smartphones em encontros de negócios, para cumprir tarefas e, mais importante, nos relacionamos a partir deles, afirmou a executiva na última segunda-feira (17/10), durante o evento Web 2.0. Segundo ela, as empresas devem investir na afeição que as pessoas nutrem pelos aparelhos, não apenas nas suas especificações técnicas.

“Estamos vivenciando uma grande mudança no relacionamento dos usuários com os dispositivos eletrônicos”, disse. “Como entendemos esse comportamento?”.

Genevieve acredita que as pessoas se tornaram dependentes de seus aparelhos favoritos. Se eles fossem humanos – e menos importantes – elas já teriam os abandonado.

“Eles são ciumentos. Eles querem ser plugados. Requerem senhas. Deixam as decisões em nossas mãos”, afirmou à Computerworld americana. “Nós precisamos tomar conta deles, pois eles exigem muito. Se fossem pessoas, ninguém os aguentaria”.

Para a diretora, é preciso tornar os eletrônicos mais independentes. Eles precisam fazer mais por nós, e não o inverso.

“Vamos fazer da tecnologia menos ansiosa e mais robusta”, defende. “Por exemplo, seu smartphone tem um calendário. Ele sabe quais os compromissos você está cumprindo de acordo com o que você visita na Internet. Ele poderia buscar histórias interessantes automaticamente, de modo que uma reunião chata se tornasse menos insuportável. Já imaginou um futuro assim?”.

Genevieve acredita que em até cinco anos os dispositivos passarão a ser mais inteligentes e menos dependentes. Como exemplo, ela lembrou que o carro do indivíduo costuma demonstrar o que lhe é importante, de modo que a tecnologia pode aproveitar esse aspecto.

Ela mesma adoraria vasculhar esses veículos para descobrir o que a pessoa leva para uma reunião com amigos ou o que sempre carrega para um jantar em família.

“Dependendo da cidade onde você viva, é possível que gaste até três horas por dia no trânsito”, alegou. “É justamente nesses espaços em que ficamos tanto tempo que a tecnologia deveria entrar”.

Mas por que a pesquisadora se interessa pelas garrafas de água esquecidas no carro, as bolinhas de tênis deixadas lá ou os dispositivos Bluetooth acoplados ao veículo?

“É tudo uma questão de como chegamos a um ponto e como faremos as coisas”, disse. “O que faz sentido, como usamos uma determinada tecnologia e como ela faz parte de nossas vidas. Se podemos imaginar os objetos que entram e saem do carro sem parar, devemos fazer algo com essa informação”.

FONTE: IDG NOW


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