Já somos um país que tem mais celulares do que habitantes – 210,5 milhões de assinantes de telefonia celular, de acordo com os últimos números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, contra os cerca de 190 milhões de habitantes registrados no último Censo. Isso sem falar nos milhares de iPhones, iPads e outros dispositivos móveis. Não há como negar: o presente e o futuro estão na democratização da mobilidade.
Não se trata de colocar outras soluções tecnológicas de lado, mas as empresas que têm mais chances de se sair melhor num setor tão competitivo como o de TI são aquelas que melhor atenderem às demandas de clientes ávidos por aumentar seu leque de possibilidades de integração com os consumidores. Não se trata de apenas trazer inovação, mas oferecer soluções de modo rápido, seguro e alinhado às necessidades do cliente.
Um novo mercado está se abrindo a passos firmes, tanto para o mundo corporativo quanto para o consumidor. As vantagens dos serviços de mobilidade já estão sendo disponibilizadas pelos principais bancos e redes varejistas. O desafio será sua massificação. Só assim será possível vencer a resistência ainda enfrentada em algumas empresas e consumidores finais em relação ao novo, especialmente quando se fala em segurança.
A convergência já é realidade. Logo mais, Londres dará um grande exemplo. Com a Olimpíada de 2012 na mira, os britânicos já têm mais de 60 mil estabelecimentos comerciais habilitados para receber pagamentos via celular. O mobile payment segue para se consolidar no mercado como uma opção ágil, segura e democrática no pagamento de serviços e compras. Com a possibilidade de digitar a senha no teclado do próprio celular, o pequeno comerciante poderá disponibilizar essa praticidade ao cliente sem grandes investimentos.
Sem o cartão de crédito físico, também se ganha com o barateamento do processo. O cartão ainda tem fôlego para caminhar lado a lado com as novas tecnologias por um bom tempo. Por outro lado, cada vez mais os dispositivos móveis vão acumular novas funções. A e-wallet logo embarcará nos celulares e afins, e não só com cartões de crédito, mas também com o CPF, o RG e a carteirinha da academia. Recentemente, em uma feira de tecnologia nos Estados Unidos, vi um aplicativo para dispositivo móvel que faz a tradução simultânea de uma conversa, derrubando a barreira da linguagem. Nos Estados Unidos e na China, deficientes visuais já podem fazer a leitura de textos passando o celular sobre o documento.
Por aqui, a fase é incipiente. Vemos empresas que querem complementar seus serviços oferecer soluções de mobilidade a seus clientes, mas o orçamento não acompanha essas aspirações. Ao mesmo tempo, aquelas que superam as resistências iniciais e saem na frente, ainda estão na fase de experimentação. É na segunda etapa que as empresas e instituições começam a buscar o algo mais. Não seria muito mais efetivo convidar o consumidor a ver suas promoções enquanto ele está passeando no shopping? E a praticidade – já real – de poder localizar a agência ou o correspondente bancário mais próximo com alguns cliques?
Enfim, esse é o momento de focar na qualidade e na democratização dos serviços de mobilidade.
Flavio Rocha é diretor de Negócios – Finanças da Cast
FONTE: TI INSIDE