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N o t í c i a s

3/10/2011
Em quatro meses, tráfego via dispositivos móveis aumentou 60% no País

“Em Deus confiamos. Quanto aos outros, que tragam dados”. A célebre frase do estatístico americano Edwards Deming foi lembrada por Juliano Marcílio, presidente de marketing da Serasa Experian. A palestra, afinal, da qual faziam parte os executivos da comScore, do Ibope Nielsen e do Navegg, além do próprio Marcílio, servia para apresentar estatísticas inéditas a respeito da Internet no Brasil.

Os quatro preferiram concentrar em números específicos – que sugerem uma mudança de comportamento dos internautas – em vez de apresentar um panorama geral. Alex Banks, diretor-geral da comScore, por exemplo, destacou o crescimento das plataformas móveis no País. “Em quatro meses, o tráfego gerado por smartphones e tablets aumentou em 60%. Não vimos nada parecido em nenhum outro lugar o mundo”, afirmou nesta quinta-feira (29/09), durante o Digital Age - evento de marketing digital, promovido pela Now!Digital Business.

A audiência a partir desses dispositivos ainda é modesta: representa apenas 1% dos pageviews no Brasil – nos Estados Unidos e Reino Unidos, sobe para 7%. O que chama a atenção é que em blogs e sites de jornais o índice mais que dobra (2,5%), e em portais de tecnologia, quadruplica (4%).

Outra questão interessante é o sucesso dos tablets entre os brasileiros. Quase 40% do tráfego via dispositivos móveis parte desses aparelho, enquanto que nos Estados Unidos – onde a moda chegou antes por conta do iPad – o número não passa dos 30%. No Brasil a navegação gerada a partir de iPads (34,3%) já supera a gerada a partir de smartphones como o iPhone (20,9%) e Android (14,5%) e dos chamados Feature Phones. Banks não explicou o porquê dessa surpreendente divisão, mas também não negou que um dos motivos pode ser o alto valor cobrado pela rede 3G por aqui – se for para acessar a Internet em casa, por Wi-fi, que seja por uma tela maior.

Juliano Marcílio, da Serasa Experian, também mostrou dados impressionantes. “Para essa conferência, resolvemos nos tornar verdadeiros caçadores de mitos”, disse. Primeiro, quis desqualificar a tese de que a web no Brasil é extremamente concentrada. De fato, os 120 sites mais visitados representam 75% da audiência nacional, enquanto que os outros 350 mil ficam com os 25% restantes.

No entanto, se o Orkut for retirado da estatística, a situação muda de figura. Para chegar ao índice de 75%, seriam necessários os 50 mil portais mais acessados, não mais os 120 citados anteriormente. Sim, a rede social da Google continua soberana no País, embora, segundo o próprio executivo deverá ser igualada pelo Facebook já no começo do ano que vem.

Quanto ao à utilização da Internet pelo Brasil, o sudeste responde por 61% dos acessos. No entanto, nos últimos seis meses, perdeu 6% de participação, enquanto que o norte ganhou 35%. A tendência é que nos próximos anos a distribuição se equilibre – embora a região mais rica deva continuar na liderança, pois é também a mais populosa.

A publicidade nas mídias digitais foi a primeiro assunto desenvolvido por Fabia Juliasz, CEO do Ibope Nielsen. Ela concorda que o índice oficial – que dá 5% do bolo para a web – não está correto, por não considerar as empresas de e-commerce nem os links patrocinados em ferramentas de busca. “Acredito que a parcela correta é de 10%”, afirmou. “E até 2020, deverá atingir 20%”.

O número de internautas brasileiros – já são quase 80 milhões – tem crescido a uma taxa de 25% anualmente. Isso repercute, por exemplo, no varejo, já que o comércio online corresponde a um décimo das vendas do setor.

O principal, porém, é que a população modificará sua postura a curto prazo. Cada vez mais, ela tem consumido conteúdos diferentes nas mais diversas plataformas e, o que é mais incrível, simultaneamente. A classe AB entra na Internet e assiste à TV ao mesmo tempo – e confia mais na web do que nos jornais para se informar – e a classe C ouve rádio e lê os periódicos – e acredita mais neles do que nos portais. A DE também prefere o rádio, mas em vez dos diários, lê revistas enquanto o escuta.

O fundador do Navegg, Pedro Cruz, ressaltou a importante de observar os interesses dos usuários para saber onde investir. “O poder aquisitivo das mulheres nunca esteve tão grande, e 5 milhões delas visitam portais de beleza”. É uma boa forma de atingir uma audiência específica, já que os homens respondem por apenas 13% do tráfego dessas páginas.

Por fim, todos concordaram que a publicidade na Internet é mais eficiente quando no formato vídeo. As TVs conectadas e o conteúdo sob demanda têm potencial para alterar o paradigma fundado pelos canais televisivos, de propagandas com apenas 30 segundos. Destacaram, no entanto, que a interação com o público deve se dar em todos os meios, saindo do online e chegando ao offline, ou partindo do real e chegando ao virtual. Se os clientes utilizam diversos veículos, é preciso alcançá-los onde quer que estejam.

FONTE: IDG NOW


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