Você já ouviu esse famoso bordão do whisky famoso: Keep walking (continue andando, pois se parar a bicicleta cai). Nada mais verdadeiro quando aplicado ao ambiente de negócios do século XXI. Pressionadas pelo efeito globalização, pela concorrência predatória (se é que isso existe... afinal, concorrência é concorrência) e pelos clientes cada vez mais informados e exigentes, as empresas não podem bobear, pois se bobear o cachimbo cai.
Um dos efeitos mais cruéis para a perda de eficácia nos processos de negócios é a centralização das informações. Para serem mais precisos, acurados e eficazes, vendedores, executivos e técnicos dos mais diversos perfis precisam voltar às suas bases para: registrar pedidos, consultar estoques, aprovar descontos, consultar instruções de manutenção, reportar dificuldades, pedir apoio, etc, etc, etc.
Cada vez que alguém volta à sua mesa para entrar nos sistemas da empresa visando obter ou inserir informações para preservar a acuracidade e a eficácia dos processos, paradoxalmente é exatamente isso que ele perde. Ao voltar par a base o profissional perde tempo, “para de andar”, e o concorrente passa por ele voando. Solução para esse probleminha? Só tem um: MOBILIDADE EM NEGÓCIOS, ou seja, leve a empresa e seus sistemas de informação no bolso, por meio de um smartphone, um pocket PC, ou, mais recentemente, um tablet.
Os negócios móveis entraram sorrateiramente em nossas vidas, sem que nos déssemos conta: podemos, onde quer que estejamos, ler o jornal, ler e responder e-mails, comprar ingressos para teatro/cinema, assistir a um jogo de futebol, a um filme, entrar no Twitter ou Facebook e papear com os amigos, comprar passagens de avião e reservar hotéis, etc, etc, etc. Mas, tudo isso é o efeito da mobilidade para o consumidor final. E para as empresas? As aplicações de mobilidade corporativa não são tão simples, mas o resultado de seu uso tem altíssimo impacto nos resultados de negócios.
Um dos clientes de nossa empresa faz manutenção dos gasodutos que ligam o produtor na Bolívia aos consumidores no Brasil. Seus técnicos de campo às vezes se locomovem por dias, usando os mais variados meios de transporte (inclusive as próprias pernas), até chegar ao local da manutenção, que pode estar no meio do nada, num deserto boliviano. Esse profissional precisa acessar ordens de serviço, planejar o roteiro de seu complexo trabalho, registrar problemas, obter especificação técnica de equipamentos, calibrar equipamentos com ajuda de software, reportar horas gastas, pedir informações de suporte, etc. Mesmo que ele carregue a maior mochila do mundo, carregada de papel com todas as informações que imagina vai precisar, certamente vai se esquecer de algo e aí, “chorar na rampa”, por não ter o que fazer, a não ser andar tudo de volta.
Essa empresa implementou um sistema móvel de apoio ao técnico de campo, que lhe permite baixar no seu pocket PC uma imensa quantidade de informações que vai precisar durante seu serviço. Além disso, quando houver sinal disponível ele poderá se conectar com a base para baixar ou fazer upload de quaisquer informações.
Desde que implantou esse sistema a empresa reduziu em 84% o número de folhas impressas com instruções de manutenção, melhorou a eficácia dos diagnósticos em 63% e o custo de processamento das Ordens de Serviço se reduziu em 96%!!! Essa aplicação ganhou um prêmio de inovação num congresso mundial de manutenção, tudo isso desenvolvido aqui no Brasil. Obviamente, se compararmos nosso estado da arte em mobilidade em negócios com países como Japão e USA, ainda estamos engatinhando, não pela tecnologia, mas pelos custos elevados (impostos) e problemas de infraestrutura (conectividade, velocidade de banda), mas isso tudo é questão de tempo.
Aplicações de mobilidade em negócios nas áreas de vendas, manutenção, produção, logística, finanças, ou simplesmente apoio aos executivos no campo (BI – Business Intelligence – Móvel), têm feito o maior sucesso por aqui, em princípio nas grande empresas, mas baixando rapidamente em direção aos médios e pequenos.
E por onde começar? Quais são os fatores críticos para garantir uma aplicação eficaz de mobilidade em negócios?
São três, pela ordem:
1. Desenhar uma aplicação fácil de usar, compatível com o perfil do usuário.
2 .Pensar na arquitetura, em função da viabilidade (nem sempre tem sinal 3G no deserto de Atacama) da conexão e das necessidades da aplicação.
3. Garantir a integridade e a segurança dos dados trafegando entre a empresa e o usuário.
Você acha que isso ainda é um sonho distante? Está muito mais perto do que você imagina.
Sistemas operacionais abertos como o Android do Google vão permitir o barateamento do desenvolvimento de aplicações móveis para tablets e smartphones. Em paralelo a produção massiva do hardware tornará o conjunto mais acessível a qualquer porte de empresa. Mas, isso vai ocorrer tão sorrateiramente quanto aconteceu com as aplicações domésticas.
Um belo dia você se dará conta que sua empresa já usa o mobile business, sem que você tivesse se dado conta de quando começou. Espere e verá.
FONTE: CIO UOL