"Consumerização" pode ser uma expressão batida, mas não é de modo algum um modismo. Trabalhadores em todos os países espera, conectar seus aparelhos pessoais às redes corporativas.
Mas enquanto o uso de dispositivos pessoais, como smartphones, laptops e tablets liberta os usuários, também algema muitos departamentos de TI. Para cada vendedor com seu iPad pessoal acessando o e-mail corporativo ou o CRM, existem os gerentes de TI, nos bastidores, lutando para gerenciar esse uso dos dispositivos pessoais e proteger os dados corporativos e de propriedade intelectual.
Não por acaso, muitas estratégias de consumerização são afetadas por temores de segurança e políticas claras de gestão de dados, de acordo com estudo da Dimensional Research, encomendado pela Dell KACE, que ouviu 750 profissionais de TI, gerentes e executivos.
Os resultados da pesquisa põem um ponto final em todas as dúvidas de que a "consumerização" seja apenas um slogan. Dos 750 entrevistados, 87% dizem que seus funcionários usam dispositivos pessoais para fins relacionados ao trabalho, que vão desde o acesso a e-mail até o acesso ao CRM e ao ERP; 80% dos funcionários usam smartphones pessoais e 69 %dizem PCs pessoais são trazidos para o trabalho pelos funcionários.
São números extremamente altos, e os grupos de TI estão sentindo a pressão. Com mais dispositivos pessoais no local de trabalho, existem mais sistemas operacionais para gerenciar e conectar às redes corporativas.
De todos os dispositivos pessoais usados para o trabalho, o iPhone da Apple lidera (72% dos entrevistados usam), seguido por smartphones Android (63%), laptops Windows ou desktops (63%), iPads (60%) e modelos de BlackBerry (52%).
Tudo isso aumenta a complexidade da TI. Cinquenta e nove por cento dos entrevistados relatam que suas equipes de TI têm sido obrigadas a suportar mais sistemas operacionais, em função dos dispositivos que foram trazidos para o trabalho pelos funcionários. Entre os que conectam PCs pessoais nas redes das empresas 63% usam máquinas Windows, 37% Mac OS X e 14% Linux.
Curiosamente, 60 % dos participantes da pesquisa dizem ter crescido a demanda para suporte ao Mac OS X ,da Apple, tanto em desktops e como laptops , depois que o iPhone e iPad tornaram-se mais populares. Parece que o uso de dispositivos móveis da Apple está alimentando todo ecossistema da fabricante.
Por isso, apesar dos benefícios aos trabalhadores, a consumerização é, sim, uma pedra no sapato da maioria dos departamentos de TI. Medos e preocupações são muitas. A maioria (82%) dos participantes da pesquisa está preocupada com o uso de dispositivos pessoais para fins de trabalho, em função das potenciais violações de segurança da rede (62%), seguida por uma possível perda de dados de clientes da empresa (50%), potencial roubo de propriedade intelectual (48%) e questões de conformidade (43%).
Quando se trata de manter um inventário de dispositivos pessoais e aplicações, a maioria dos entrevistados sentem que não estar fazendo um bom trabalho. Quando perguntados, 64% disseram não saber exatamente quantos dispositivos pessoais e aplicativos estão sendo conectados à rede.
Ter políticas formais para oferecer suporte a dispositivos pessoais é vista como uma atitude necessária e importante pela grande maioria dos pesquisados (88%) e 69 % já têm algum tipo de política formal para o uso de dispositivos pessoais. No entanto, 62% relatam sua empresa não tem as ferramentas necessárias para oferecer suporte a dispositivos pessoais de empregados, independentemente de as políticas estarem em vigor ou não.
Como acontece com qualquer mudança disruptiva em um negócio, o consumo de TI vai exigir grandes ajustes no departamento de TI para facilitar o uso de dispositivos pessoais no trabalho. É um movimento que veio para ficar.
"A consumerização de TI não é apenas uma tendência passageira - é um negócio que será realizado em uma base contínua, principalmente entre as pequenas e medias empresas", diz Diane Hagglund, analista de pesquisa sênior de Dimensional Research e autor do estudo. "Por isso, é fundamental que as empresas apliquem políticas e normas para apoiar estes dispositivos e garantir a segurança dos dados corporativos e da propriedade intelectual."
FONTE: CIO UOL
