Em São Paulo, o complexo do Hospital das Clínicas está apostando em uma tendência mundial para informatizar e modernizar todo o sistema de atendimento aos seus pacientes; principalmente no setor de oncologia. Este é o primeiro hospital da rede pública nacional 100% digital. Dr. Marcos Menezes, coordenador do Serviço de Imagens do Icesp, explica que desde o agendamento até o laudo dos exames dos pacientes, o procedimento é totalmente digital. Segundo ele, desde o agendamento até a realização de exames dependem da tecnologia. Até as máquinas que realizam os exames estão conectadas ao sistema, explica o médico.

Aqui, nada mais é impresso, inclusive os exames e laudos, os quais estão em formato digital. Desde os aparelhos de ressonância até as receitas prescritas pelos médicos são controlados por uma enorme infraestrutura de tecnologia da informação. São centenas de servidores ligados o tempo todo. O que foi feito aqui: juntar esses dois mundos – o da medicina e o da tecnologia –, é um dos desafios que estão no centro da atuação da Intel mundo afora.

A Intel tem se associado com universidades, laboratórios para trabalhar junto ao médico e ao enfermeiro com o objetivo de entender o processo de cuidado dos pacientes e como a TI pode melhorá-lo, explica José Bruzadin, gerente de desenvolvimento de mercado de saúde da Intel.

Em alguns exames mais modernos, é possível analisar o corpo do paciente camada por camada, desde a pele até os ossos, passando por músculos e órgãos – tudo nos mínimos detalhes, em alta definição e em tempo real.

Dr. Menezes ainda completa: Cada exame, de cada paciente, gera milhares de imagens. Elas são impossíveis de documentar fisicamente. Como exemplo, ele cita que um tomografia de abdômen gera de 2 mil a 2,5 mil imagens.

Essa infinidade de imagens vem parar em uma central, onde cerca de 400 mil laudos são emitidos anualmente. As vantagens são notórias. A primeira é o aumento da segurança, uma vez que o paciente não precisar mais carregar seus exames, correndo o risco de perder alguma coisa no meio do tratamento. Além disso, com esse sistema, todos os médicos, dos mais diferentes setores, têm, a um clique de distância, todas as imagens disponíveis para efetuar um diagnóstico preciso. Além disso, conseguem interagir com a imagem, o que é impossível com o papel ou a fotografia.

Claro, toda essa reformulação é bastante complexa e está disponível em pouquíssimos hospitais. Se analisarmos a rede de saúde pública brasileira, o caso do Hospital das Clínicas, infelizmente, ainda é exceção. Mas, de qualquer forma, trata-se um primeiro passo.

Se os hospitais públicos começarem a fazer os investimentos em tecnologia da informação tudo ficará mais fácil, considera Bruzadin, que acrescenta: É importante entender onde está o paciente e quais são as pessoas que podem cuidar dele.

A próxima etapa desse processo de informatização é poder trocar informações entre instituições, a exemplo de Londres, onde todos os hospitais da cidade estão conectados e os laudos e exames podem ser acessados onde quer que o paciente esteja.

Na próxima semana, você vai entender e saber tudo o que vai mudar no mundo hospitalar com a criação do prontuário eletrônico. Será mesmo o fim do papel nos hospitais?! E a segurança? Mais do que isso, a gente vai mostrar uma tecnologia para emergência que é capaz de reunir toda uma equipe em menos de 3 minutos.

FONTE: Olhar Digital