SÃO PAULO – A publicidade online tem avançado, mas ainda tem um longo caminho a percorrer no Brasil.
O desafio de profissionais criativos e anunciantes para atingir o público que usa a internet no país foi tema do terceiro painel do segundo dia do InfoTrends, "O que esperar da publicidade num mundo 3.0". A discussão foi mediada por Katia Militello, diretora de Redação da revista INFO.
Para Pedro Cabral, chairman da Global Isobar e CEO da AgênciaClick Isobar, as agências de publicidade brasileiras ainda não estão preparadas para esse mundo cada vez mais conectado. Mesma opinião tem Marco Gomes, fundador e CEO da boo-box. "Existe muito ainda a ser feito. Ao mesmo tempo, sou otimista. Há muitas coisas interessantes acontecendo, embora sejam poucas diante do todo. Mas isso está melhorando", afirmou.
Os problemas vêm, em parte, das características específicas desse cenário. "É um mercado que muda muito. É difícil estar preparado", disse Flavia Verginelli, diretora de display do Google para a América Latina. "A gente precisa parar de pensar em mídia online. Devemos falar em mídia digital. Tudo vai ser medido, até mesmo a televisão. As métricas não são mais só da internet." Flavia estima que, em 2015, 50% da publicidade digital terá seu custo pago por vídeo visto.
De acordo com Fabia Juliasz, CEO do Ibope/NetRatings, as agências estão à frente de muitos anunciantes. Segundo ela, não existe mais nenhuma dúvida sobre a relevância da web. "Existem 80 milhões de brasileiros na internet", afirmou. Há, contudo, conservadorismo quanto à parcela da verba destinada a anúncios online. "Mesmo que a agência seja ousada, o volume de resistência que existe ainda é muito grande", disse
Consumo crescente
Dados do Ibope/NetRatings mostram que os brasileiros passam, a cada mês, 65 horas vendo TV e 45 horas na internet. "A televisão com aspecto de internet, com banda larga, vai ultrapassar o tempo da internet", disse Fabia. Já a nova classe média tem se conectado cada vez mais. "O primeiro item de compra é o celular. O segundo é o computador." A previsão é de que o tamanho do gasto com publicidade online no país supere este ano R$ 1,5 bilhão.
Uma das grandes vantagens de se preparar uma campanha para a internet é a possibilidade de modificá-la para conseguir melhores resultados. "As agências colocam a campanha no ar, testam e vão substituindo, principalmente se você trabalha com objetivo de varejo", disse Cabral, da AgênciaClick.
Segundo ele, vale a pena diversificar as ações na web. "O fato de a pessoa ser fã no Facebook não significa que ela vai ficar voltando lá", afirmou Cabral. "A Coca-Cola tem mais fãs no Facebook do que visitantes no seu site. Você tem que falar com as pessoas onde elas estão."
FONTE: Info Abril