Autora: Barbara Sacchitiello
Se o Grupo RBS tivesse que, hoje, projetar como será o cenário de comunicação daqui a alguns anos e décadas, as respostas ainda não estariam prontas. A velocidade da adoção de novas tecnologias e da mudança dos hábitos das pessoas permite ao grupo afirmar que nenhuma tendência pode ser tida como definitiva.
Ainda assim, é possível estabelecer alguns parâmetros que certamente nortearão as empresas e grupos de comunicação nesse momento em que as barreiras entre os produtores e receptores de conteúdo já foram derrubadas. Depois de 150 entrevistas realizadas com personalidades nacionais e internacionais de diferentes áreas, a cineasta e diretora geral de inovação e linguagem do Grupo RBS, Flavia Moraes, analisou e interpretou um extenso volume de material, originando o The Communication Revolution, estudo que a empresa apresentou nessa terça-feira, 16, durante o Vox, evento de comunicação do grupo realizado em Porto Alegre.
Segundo Flávia, as onze premissas extraídas da pesquisa são apenas a primeira parte de um material que estará em constante desenvolvimento. “Ainda faremos muitas outras entrevistas e iremos abastecer o site do projeto (www.thecommunicationrevolution.com.br) constantemente. A mudança no cenário da mídia acontece dia a dia e qualquer estudo que queira mapear esse processo também deve se aprimorar sempre. O The Communication Revolution nunca estará pronto”, promete a diretora.
As onze premissas resultantes da pesquisa foram, segundo a RBS, os mais importantes insights retirados dos depoimentos. Embora frise que eles não são regras, o grupo acredita que segui-los será uma atitude natural de todos os publishers, veículos e marcas que desejam comunicar-se com o público. Veja cada uma das premissas:
1- Be True
O leitor/consumidor atual é dotado de inteligência e de bagagem para distinguir, rapidamente, a verdade da mentira e o relevante do irrelevante. A cobrança por transparência será constante e é necessário ser completamente verdadeiro, em todas as situações.
2- Be Trusted
Em um ambiente de opções incontáveis de informação, faz-se necessária uma curadoria de conteúdo, que ajude o leitor a descobrir o que ele quer antes mesmo dele próprio saber. Só credibilidade e uma curadoria de conteúdo bem feita garantirá a sobrevivência no ambiente online.
3- Be Part
Não basta apenas fornecer o conteúdo. É preciso que o público também participe da criação dele. Cultura de participação e de compartilhamento são fundamentais. As empresas jamais devem desprezar a interação.
4- Think Plural
Não há nenhum problema em ter uma linha editorial definida e segui-la. Mas, em muitos momentos, a pluralidade vale mais do que a isenção. O pensamento único pode ser chato. O veículo pode ter a sua ideia, mas deve abrir espaço às demais e, principalmente, não obrigar ninguém a seguir as suas próprias opiniões.
5- Think Mobile
O mundo está em movimento e os veículos também devem estar. É preciso subverter as atuais convenções de tempo e espaço. Todo o planejamento de conteúdo deve priorizar as plataformas móveis.
6- Be Beta
Ninguém está pronto, completo e finalizado. Insatisfação e abertura às mudanças são ingredientes necessários a qualquer veículo. O modo beta significa a aceitação de correção, mudanças de rotas e constante auto-avaliação.
7-Think Ahead
Mesmo estando em uma posição confortável, não é possível sempre jogar na defensiva. Com inovação e coragem, é possível atravessar a fronteira do senso comum é fazer coisas diferentes e melhores. O lucro será a remuneração do risco.
8- Think Higher
Se no passado o principal objetivo das empresas era gerar lucros, hoje é possível afirmar que outros valores já ganham igual peso. Altruísmo, gratidão, mudança na sociedade e impactos positivos são cada vez mais importantes. É preciso encontrar um valor maior para seu negócio, que vá além das finanças.
9- Be Collaborative
Construir alianças e operar em rede será o caminho. O valor de qualquer projeto e trabalho estará na colaboração e na participação de várias pessoas, envolvidas em um único objetivo.
10- Be Intuitive
Caminhos lógicos e racionais pautam importantes decisões, mas a intuição e os impulsos emocionais não devem ser desprezados. O mundo demandará mais ações intuitivas. A observação da sociedade, da concorrência e até do próprio negócio irá inspirar a intuição e ajudar a definir novas ações.
11- Be Useful
Qualquer nova ideia ou insight não pode ser guardado para si. É preciso compartilhar, deixar as pessoas saberem e usufruírem de novos conceitos e tendências. Todo novo conhecimento só terá sentido se for compartilhado.
FONTE: Meio & Mensagem