Se você assistir a um filme de sucesso, feito há 20 anos, com grandes atores e até vencedor do Oscar, vai notar que está bem, mas existe um cheiro de passado. Porque ao longo destes anos e todos os dias, o cinema vai mudando a sua forma de enquadrar, usando novos recursos e cenas mais curtas que contam tudo.
E se você comparar jornais, revistas e outros meios, vai perceber que tudo mudou radicalmente. Você vai se assustar com os anúncios de varejo que, teimosamente, insistem em manter a mesma linguagem.
Pegue um anúncio de 25 anos passados do antigo Mappin e compare com um anúncio de uma loja de eletro de hoje. Só mudaram os preços.
Claro que há alguma coisa errada nesta história. As campanhas de imóveis mudaram muito e acompanharam o nosso tempo. Agora as pesquisas mostram que, depois da TV, a internet é o veículo mais visto. E no caso de publicitar, que é como eu costumo chamar as ações de uma agência de publicidade, a internet é vista por uma grande maioria como um acessório a mais, como uma peça que deve complementar uma campanha.
Muitos fazem para tirar da frente. Criam como um comercial de TV. Deixam de lado o que torna a internet fascinante: o poder de interagir. Em outros meios, você é um sujeito passivo, que recebe a mensagem e pronto. Já nas redes sociais, sua reação é diferente à mensagem. É isto que torna o ato de criar para a internet uma ação que deve ser completamente diferenciada da sua campanha. Pode ter os conceitos, a linha gráfica, a marca do cliente, mas se aquela peça é mais um banner da vida, você acaba de perder uma oportunidade valiosa de fazer com que seu público-alvo interaja com a sua marca. Você está fazendo apenas um outdoor que vai ser colocado na tela de um computador.
Claro que a sua campanha na televisão fala com um grande público, que comenta seu comercial e, se ele é bom, gera resultados mensuráveis. Mas as redes sociais falam para uma multidão silenciosa e que está atenta às novidades.
O segundo veículo mais visto hoje exige que as agências e os anunciantes mudem seu comportamento, obrigando que produtoras de comerciais de TV repensem sua forma de atuar com luz e direção para a internet e, principalmente, praticando preços compatíveis com este meio que tem um custo baixo de veiculação.
Agora, se você deseja virar um criativo de museu, uma agência de antiguidades, continue fazendo aquela velha propaganda com filmes, anúncios, spots ou jingles para rádio.
Pensar comunicação exige que você se renove todos os dias. Acorde para a internet, mas com criatividade.
Artigo encaminhado por Agnelo Pacheco, que atua no mercado publicitário há mais de 35 anos e é Diretor Nacional de Criação e Redator da Agnelo Pacheco Comunicação.
FONTE: Adnews