Autor: Antonio Carlos Pina
As tecnologias cloud continuam crescendo e ganhando novas soluções e formas de utilização em um mercado global que, espera-se, atinja e ultrapasse os US$ 100 bilhões em 2014 incluindo softwares, sistemas e plataformas.
Alguns institutos de pesquisas já publicaram suas “previsões para Cloud em 2014”. Mas como estará a situação no Brasil e América Latina? E especificamente para aplicações corporativas, tanto IaaS quanto SaaS?
Baseado nas solicitações, perguntas e sugestões que temos recebido, apresento minhas oito previsões para o ano de 2014 no cenário brasileiro e latino-americano. Use-as por sua conta em risco!
A principal opção de hosting de sistemas dos CIOs passará definitivamente a ser por cloud pura e híbrida
A quantidade e qualidade das informações disponíveis aliadas à possibilidade de executar trials já minaram definitivamente o medo dos CIOs com o cloud. Hoje eles já reconhecem os diferentes tipos de cloud (com performance vertical ou horizontal) e seus modelos de pagamento (com previsibilidade e valor fixo e sem previsibilidade, com valor variável) e se sentem mais seguros para selecionar um parceiro de computação em nuvem que os atenda. A velocidade da implantação de um projeto , bem como a facilidade de alteração de um já estabelecido, conquistaram os CIOs mais exigentes.
Clouds privadas perderão espaço no ambiente de hosting nas pequenas e médias empresas
As ineficiências e dificuldades em escalar das clouds privadas, que são as mesmas do mundo do hosting físico, somadas ao entendimento de que é falsa a sensação de segurança, farão com que esta solução seja cada vez menos procurada pelos CIOs. Os projetos antigos continuarão, assim como instalações on-premises, mas para o ambiente de hosting das pequenas e médias empresas a eficiência e escalabilidade da cloud pública superará os encantos da tecnologia privada.
Os projetos de desktop virtual (VDI) finalmente sairão do papel e se tornarão realidade
Com o poder já comprovado das máquinas virtuais e a melhor conectividade disponível, alguns setores buscarão pilotos para Desktop Virtual, principalmente aqueles que trabalham com CRMs e ERPs. O CIO buscará a redução do TCO (Custo Total da Posse) de manter estações de trabalho, que precisam sofrer hardening, revisões e upgrades, e preferirá trabalhar com desktop virtual, que poderá ser acessado de qualquer localidade, com qualquer dispositivo e com controles de segurança centralizados. A facilidade de “trocou o profissional, reinstala” do cloud fará a alegria das equipes de suporte.
Só CIOs e técnicos inseguros (“a infra é minha e ninguém mexe!”) manterão sistemas de e-mail on-premise
Não há o que discutir: preocupações com filas, entrega, lentidão de acesso, espaço em storage e consumo de banda desaparecem usando um bom e-mail na nuvem. O CIO inteligente sabe que deve focar muito mais na atividade fim e na estratégia da empresa do que na gestão de e-mails e no acompanhamento dos tamanhos de caixas e do consumo de banda.
O CloudStorage veio para ficar em todas as suas formas. As áreas de saúde começarão a se render a ele
Seja utilizado para backups de dados, substituindo mídias como fitas, HDs e DVDs, ou para sincronismo de arquivos (“box”), o CloudStorage é a solução definitiva do armazenamento de dados pela Internet. A facilidade de uso, a praticidade, o baixo custo e a mobilidade aliados à segurança de recursos como a criptografia conquistarão os CIOs. Os restores simplificados, sem necessidade de abrir janelas, resolverão definitivamente o pesadelo dos “testes” que exigiam buscar fitas e vasculhá-las atrás de restores em janelas de testes. A área de saúde, que é obrigada a manter storages internos para abrigar imagens (sistemas PACS), por exemplo, terá no Cloudstorage uma excepcional solução para evitar reinvestimento na área e em gerenciamento do equipamento on-premises.
As lojas virtuais sérias se prepararão com antecedência para a Black Friday Brasil
E levarão mais a sério o poder da cloud pública e as estruturas escaláveis depois de novamente terem enfrentado indisponibilidades na Black Friday do ano passado. Os provedores brasileiros profissionais, por sua vez, também estarão preparados para fornecer esta infraestrutura hospedada no Brasil para uma melhor experiência do usuário, sem latência e com excepcional qualidade.
O Bigdata, já utilizado em nichos específicos, será mais buscado e utilizado
Algumas poucas empresas de setores como o varejo já se utilizam de BigData para entender o comportamento dos clientes, vendas, flutuações de estoque, etc. Entretanto, como a solução tem que ser sempre customizada para apresentar o retorno esperado (não é possível “comprar” um “bigdata” em um site), a adoção acaba sendo lenta. Mas em 2014, com os históricos de sucessos, outras companhias buscarão soluções deste tipo. Estas, por sua vez, também falarão da solução e irão gerar um ciclo virtuoso de propaganda boca-a-boca, mais poderosa do que qualquer outra. O arranque é mais demorado, mas uma vez que está em curso, só vai acelerar.
O CIO demandará mais do provedor de Cloud. Não interessará somente o SLA contratual, mas também o suporte próximo e apoio no desenho da arquitetura da solução
Dadas as diferenças das plataformas cloud e softwares bases utilizados, o CIO demandará que o provedor auxilie no desenho da melhor arquitetura em vez de aprender na tentativa e erro, usando documentação. Suporte próximo do cliente, que não responda baseado em scripts, mas também se envolva na estratégia e na solução serão cada vez mais requeridos. O CIO usará o time do provedor como a extensão natural de seu setor de TI, utilizando quem mais conhece a infraestrutura: o próprio provedor Cloud.
O futuro chegou mais rápido que o mercado brasileiro e latino-americano esperava: cloud computing, a “TI do futuro”, agora é a visão realizada presente.
Como lidar com estas abordagens? Isso é por sua conta e risco!
FONTE: CIO UOL