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N o t í c i a s

13/2/2014
O rádio no Brasil e seu flerte com o mundo digital

Autora: Giovanna Moderiano

No dia 13 de fevereiro de 1946, a United Nations Radio emitiu pela primeira vez um programa simultâneo para um grupo de seis países. Décadas depois a data foi escolhida pela Unesco para representar o Dia Mundial do Rádio.

No Brasil, desde o seu surgimento em 1923, quando Roquete Pinto fundou a primeira emissora do País, o rádio seguiu de perto os acontecimentos mais importantes da nossa sociedade. O veículo já foi um grande motivo para reuniões familiares, levou torcedores à loucura com a narração de um gol e despertou a imaginação de muitas gerações.

O meio teve por aqui a sua era de ouro entre as décadas de 30 e 50 e depois perdeu naturalmente um pouco de espaço com o surgimento e popularização da televisão, mas continuou a atingir grandes audiências, a despeito daqueles que suspeitaram que seu fim estivesse próximo.

Agora, dos últimos anos para cá, o rádio não é mais o único em xeque. Desde que a internet se espalhou pelo mundo, muitos se perguntam quais são os coelhos que a mídia tradicional vai tirar da cartola para continuar presente no cotidiano das pessoas, incluindo o velho companheiro rádio.

Para Wladimir Pereira, diretor da Rádio Nova Brasil FM, não há o que temer, mas sim o que comemorar. “A internet veio para ficar e o rádio é um grande beneficiado. A popularização das redes e dos novos aparelhos eletrônicos só tende a aumentar a acessibilidade do rádio. A internet se tornou mais um canal para divulgação”, diz o diretor.

“Embora as previsões datassem a morte do rádio, ele é o único meio de massa capaz de penetrar em todas as camadas de forma instantânea. A capilaridade, a penetração e cobertura do rádio fazem deste, ainda, o meio mais abrangente nos dias de hoje”, justifica Márcio Canzian, Chief Media Officer da Dim&Canzian.

Além disso, a chegada da rede mundial de computadores possibilitou uma aproximação das emissoras com seus ouvintes. O SMS, as mídias sociais e os aplicativos facilitam o contato das pessoas com suas rádios preferidas e reforçam sua fidelização.

Por outro lado, as webrádios e o download de músicas representam uma ameaça? Lígia de Araújo, gerente de marketing da rádio Transamérica, vê estes fatores como parte do processo de evolução do meio, contudo, eles atendem a públicos e demandas muito específicos que não representam uma real concorrência. “Os ouvintes não consomem apenas música, eles consomem marcas atentas às suas necessidades.”

O rádio sempre teve como característica primordial a acessibilidade, ele está em todo lugar e próximo de tudo o que acontece. Com a modernização, estas características apenas se acentuaram, “O cotidiano mudou, as pessoas tem mais tempo na rua, no trabalho, no trânsito e o rádio pode acompanhá-las a qualquer lugar. Hoje, o rádio possui um alcance de 75% da população”, afirma Wladimir.

Na opinião de Lígia, outro fator que fortalece ainda mais estas características é a convergência digital, que permite o compartilhamento da informação nos mais diversos formatos. A utilização de imagens e vídeos também possibilitou a criação de uma imagem visual para as emissoras, que pode aumentar o grau de identificação dos consumidores com a marca.

Está claro que o rádio continua a ser um dos meios de comunicação mais presentes na vida dos Brasileiros e está muito longe do fim, mas o que o aguarda neste longo caminho? Uma das expectativas atuais é a digitalização. Este novo formato de transmissão pode trazer diversas possibilidades para as emissoras, além de permitir que as transmissões por FM tenham qualidade de CD e possibilitar algo semelhante à AM, ele poderá incluir vídeos e imagens na programação. Nos Estados Unidos já são realizadas transmissões de imagens para os aparelhos de rádios, boletins meteorológicos e sobre as condições de trânsito da cidade possuem apoio de mapas que são transmitidos pelas telas incluídas nos receptores.

Porém, no Brasil a implantação da nova tecnologia levará algum tempo para tornar-se realidade. “Há muitos anos se fala na digitalização, mas o Brasil tem uma série de fatores a serem desenvolvidos na parte técnica e há a necessidade de mais investimentos”, explicou a diretora de marketing da Transamérica.

Resta saber também como a migração das emissoras AM para a frequência FM irá afetar a audiência e, consequentemente, a publicidade das rádios.

FONTE: Adnews


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