Autor: Marcelo Menta
O mercado de computação em nuvem atinge números cada vez maiores e, definitivamente, deixou de ser uma tendência para se tornar realidade. Após os US$ 111 bilhões investidos em cloud ao redor do mundo em 2012, a expectativa, segundo a consultoria Gartner, é que o montante aplicado em 2013 18,5%, totalizando US$ 131 bilhões. Da aplicação web mais básica ao software de gestão corporativo mais avançado, as empresas têm migrado seus serviços e dados para a nuvem, cada vez com mais frequência, sobretudo para reduzir custos.
Mas, além da economia, o que também é preciso levar em consideração? Quais os pontos cruciais a se considerar antes de uma tomada de decisão tão relevante para o futuro dos negócios?
Segurança, desempenho e estabilidade são quesitos fundamentais a serem avaliados na contratação de soluções de cloud computing. A adoção de novas tecnologias costuma ser cercada de receios quanto à segurança das informações. Mas, além do uso de boas práticas para restrições de acesso à rede, existem ferramentas que criptografam os dados e armazenam a chave num servidor externo, permitindo acesso apenas a quem o administrador dos dados permitir.
O desempenho e a disponibilidade de aplicações baseadas na nuvem também devem ser levados em conta. Monitorar e gerenciar tarefas feitas em cloud demanda visibilidade ininterrupta, ao longo de toda a cadeia de entrega da aplicação – desde o dispositivo do usuário até os complexos componentes do software dentro dos data centers.
Em geral, as empresas precisam de uma solução em nuvem que tenha relação com suas necessidades e linhas de negócio. Sem um objetivo final, podem ser vítimas da chamada "arquitetura acidental", em que os investimentos estritamente focados em tecnologia tornam-se simultaneamente ativos e passivos, o que não traria a tão esperada diminuição de gastos.
Os CIOs têm hoje a tarefa de transformar o “TI as-a-service" em um modelo que leve em conta as exigências de cada departamento da empresa, tendo em vista o consumo e controle dos recursos de tecnologia da informação tradicionais, com um modelo de consumo baseado em serviços. Porém, para atender a esses objetivos, as companhias precisam desenvolver uma estratégia eficaz em nuvem que ofereça self-service – um acesso sob demanda, para as aplicações e tecnologias necessárias, a fim de aumentar a agilidade dos negócios. A infraestrutura de TI baseada em cloud também pode variar. O modelo oferece elasticidade e flexibilidade, evitando gastos com ativos que não estão sendo utilizados. Da mesma forma, oferece recursos suficientes em períodos de grande demanda.
Outra questão importante é a sustentabilidade. Para manter um espaço destinado aos servidores, data centers, nobreaks e todos os outros dispositivos necessários para funcionamento de uma rede corporativa, exige-se um alto consumo de energia elétrica. Isso sem contar os aparelhos de ar condicionado, grandes vilões da conta de luz, utilizados para manter refrigerado o local onde está instalado o maquinário.
A melhor forma de obter sucesso na implantação de uma infraestrutura baseada em nuvem é escolher um fornecedor tecnológico adequado e estratégico. Antes de qualquer decisão, é importante avaliar um provedor de TI que ofereça infraestrutura de alta disponibilidade, performance e segurança, com um único acordo de nível de serviço, a fim de dar suporte a todas as aplicações utilizadas no ambiente baseado na nuvem. Deve haver também o acompanhamento do fornecedor, com serviços de aconselhamento e consultoria, que ajudem os clientes a entender os gaps existentes na adoção de cloud, governança, otimização de TI, consolidação de data center e arquitetura tecnológica, proporcionadas pela nuvem.
Estamos falando de uma transformação extremamente necessária, com atuação direta no processo de alavancagem do core business de qualquer organização. Neste mundo cada vez mais conectado, em que é crescente a utilização dos dispositivos mobile – os chamados smartdevices –, o cloud computing permite o compartilhamento de recursos e acesso às informações por um grande grupo de usuários, de forma remota, de qualquer lugar.
O Brasil tem reagido de forma positiva a essa mudança e mostrado estar atento aos benefícios obtidos com a nuvem. Segundo pesquisa do IDC, somos atualmente o país latino-americano com maior adesão ao cloud – perto de 18% das pequenas e médias empresas utilizam este ambiente. Até o fim de 2013, esse número deve ter subido para 35%.
Observa-se, no entanto, que a maior parte das empresas prefere fazer uso da nuvem privada em vez da pública. A diferença entre os dois é que, no primeiro modelo, a empresa contratante assume total responsabilidade pelo desenvolvimento do ambiente, o que gera aumento nos custos com infraestrutura e mão de obra qualificada.
As chamadas “barreiras culturais”, um dos principais entraves na adesão das empresas à tecnologia, têm diminuído. Em consequência, a confiança e o entendimento dos ganhos obtidos com a utilização do ambiente vêm aumentando. É importante ressaltar que não se trata de modismo, mas sim de uma evolução na maneira como se gerenciam as informações e os processos dentro de um negócio.
FONTE: CIO UOL