Autor: Tony Bradley, PCWorld EUA
Esperamos que você já tenha entendido que é hora de abandonar o Windows XP, mas que tal abandonar completamente o Windows? O Windows 8 melhorou significativamente após o lançamento da versão 8.1, mas para muitos usuários sua “interface moderna” e mudanças associadas, como a Tela Iniciar com seus bloco dinâmicos e o fim do Menu Iniciar, são motivo de desdém. E a segurança sempre foi um problema maior no Windows do que em outras plataformas.
Se você ainda está usando o Windows XP uma migração para o Windows 8.1 ou mesmo o Windows 7 provavelmente envolverá mais do que a substituição apenas do sistema operacional. Seu hardware atual pode não ser capaz de rodar uma nova versão do Windows, e mesmo que possa você provavelmente terá de considerar alguns upgrades, a substituição de alguns periféricos e a atualização de programas.
E se você vai investir tempo e dinheiro em uma transição para um novo sistema, então é melhor levar em conta todas as opções. O controle da Microsoft sobre o mercado desktop enfraqueceu nos últimos anos, e o Mac OS X, Linux e mesmo o Chrome OS são sistemas operacionais cada vez mais sofisticados que estão sendo adotados pelas massas. Veja o que esperar se você optar por uma destas alternativas.
Mac OS X
Há um motivo pelo qual as pessoas dizem que “depois que você usa um Mac, nunca mais volta atrás”. A Apple definiu a interface gráfica como a conhecemos hoje, e estabeleceu novos patamares para computação “amigável”. Os Macs tem fama de serem caros, mas isso não é de todo verdade: com certeza você encontrará desktops e notebooks Windows mais baratos, mas considerando o custo benefício os Macs são equivalentes a PCs com Windows de configuração similar, e algumas vezes até mais baratos.
Vantagens: a principal vantagem do Mac OS X é que ele tem menos vulnerabilidades de segurança do que o Windows: uma desvantagem de ser o sistema operacional dominante é ter um enorme alvo pintado nas costas. Macs não são imunes a malware, mas usar um reduz significativamente o risco de infecção, já que a maioria dos ataques é desenvolvida tendo o Windows em mente.
O OS X também tem uma vantagem no preço: se você roda o Windows 7 ou uma versão anterior do sistema operacional, o upgrade para o Windows 8.1 custa a partir de R$ 410. No passado as atualizações do Mac OS X custavam cerca de US$ 20 a US$ 30 (R$ 45 a R$ 70), mas a versão mais recente, o OS X Mavericks, é grátis para qualquer Mac rodando o OS X Snow Leopard (lançado em 2009) ou mais recente.
O Mac OS X tem seu próprio pacote de software de produtividade (iWork) e inclui eficientes apps para e-mail, anotações, calendário, reprodução de vídeos e música e mensagens instantâneas, além dos milhares de apps disponíveis na internet e na loja de aplicativos Mac App Store, incluindo uma versão do Microsoft Office.
Com um Mac você pode continuar a rodar o Windows, seja em uma configuração “dual-boot” (você escolhe o sistema ao ligar o computador) ou usando uma máquina virtual como software como o Parallels ou o VMWare Workstation, que podem rodar o Windows em uma “janela”, isolado do sistema, ou integrar seus apps em janelas próprias lado a lado com os apps do Mac OS X.
Mas para isso você precisará de uma cópia licenciada do Windows, e ainda terá de realizar na máquina virtual todos os processos de manutenção (atualizações de software, de sistema e uso de um antivírus) que faz em seu PC. Ainda assim, é uma boa opção para continuar a usar apps essenciais que não tem equivalente no sistema da Apple.
Desvantagens: a não ser que você adote uma solução de virtualização, a migração para o OS X exigirá que você substitua todos os seus programas. Pacotes populares como o Microsoft Office e Adobe Creative Suite, além de navegadores como o Google Chrome e Mozilla Firefox, tem versões para Mac, mas você terá de encontrar equivalentes para outros programas. A virtualização envolve um custo extra (com licenças de software e do Windows), e a migração para novos apps também pode resultar em uma maior curva de aprendizado. Mas você provavelmente enfrentaria desafios similares numa migração do Windows XP para o Windows 8.1.
Linux
Se você quer instalar um novo sistema operacional em hardware que já tem, o Linux é a alternativa óbvia. Este sistema operacional Open Source tem muitas variantes, e uma das mais usadas é o Ubuntu. Em termos gerais o Linux exige menos recursos de hardware, o que lhe dá melhor desempenho em PCs mais antigos. No exterior é possível encontrar notebooks da Acer, ASUS e Dell com alguma versão de Linux pré-instalada. No Brasil o sistema é comumente encontrado em PCs e Desktops de baixo custo.
Vantagens: o principal benefício do Linux é o custo. A maioria das versões (ou “distribuições”, no jargão) é gratuita, assim como os aplicativos que você irá usar. Uma instalação padrão do Ubuntu, por exemplo, inclui navegador, cliente de e-mail, um pacote Office completo (LibreOffice), reprodutor de vídeos e DVDs, software para organização de imagens e muito mais a custo zero.
O Linux também tende a consumir menos recursos de hardware, e roda de forma admirável em PCs mais antigos, exigindo menos RAM e espaço em disco que o Windows ou OS X. Também é infinitamente flexível: você pode escolher qual ambiente desktop irá usar (entre opções como o KDE, Gnome e o Unity do Ubuntu), criar algo quase idêntico ao Windows XP ou então adotar uma versão minimalista do sistema, abandonar o conceito de “desktop” e fazer tudo na web, como no Chrome OS.
Assim como o Mac OS X, você pode rodar o Linux e o Windows no mesmo PC, em um sistema de dual-boot, ou rodar o Windows dentro do Linux em uma máquina virtual como a VirtualBox (e adivinhe? ela é grátis para uso pessoal). Também é possível rodar aplicativos Windows “nativamente” dentro do Linux, com graus variados de compatibilidade, usando um software como o Wine, que converte as chamadas de sistema e bibliotecas do SO da Microsoft em comandos nativos do Linux.
Desvantagens: você terá de substituir todos os aplicativos que usa, e caçar drivers para sua impressora, webcam, adaptador de rede sem fios e outros periféricos. Em alguns casos eles podem simplesmente não ser compatíveis com o Linux, e terão de ser substituídos por modelos suportados. Mas a compatibilidade é atualmente maior do que em alguns anos atrás, especialmente se você usar uma distribuição popular como o Ubuntu.
O fato de que o Linux é um sistema operacional de código-aberto pode ser uma faca de dois gumes quando o assunto é suporte e solução de problemas. Na maioria dos casos o software é fruto de um projeto Open Source e não há uma “empresa” por trás dele para lhe dar suporte, embora existam empresas e distribuições que oferecem planos de suporte, especialmente no mercado corporativo. O lado bom é que tudo o que você precisa saber está disponível online, em fóruns e grupos de discussão povoados por usuários experientes que, na maioria dos casos, estão dispostos a ajudar.
Chrome OS
Desenvolvido pela Google e baseado em Linux, o ChromeOS é o “garoto novo” no bairro. É uma plataforma baseada na web, que basicamente transforma o navegador no sistema operacional, e os milhares de serviços baseados na web em seus “apps”.
Vantagens: em uma máquina com o ChromeOS você terá menos preocupações de segurança que em um PC com Windows, em parte por causa da relativa obscuridade do sistema operacional, mas na maior parte devido ao fato de que o sistema não foi projetado para rodar software instalado localmente ou mesmo armazenar dados localmente, então a “superfície” exposta a um ataque é muito menor.
Se você já adotou o ecossistema da Google, o ChromeOS pode ser a opção ideal. Ele é centrado nos serviços da empresa, e se integra facilmente com tablets e smartphones Android, oferecento acesso aos mesmos e-mails, contatos e dados armazenados.
Desvantagens: se você não usa os serviços da Google, o ChromeOS provavelmente não é para você. Você pode usar o Office 365 e SkyDrive, além de outros serviços online, normalmente, mas é meio que como remar contra a maré ou tentar encaixar uma peça quadrada em um buraco redondo.
Como a maioria dos recursos do Chrome OS está amarrada a serviços e recursos na nuvem, a funcionalidade do sistema, e da máquina, é severamente limitada se você não tiver uma conexão à internet. A Google recentemente lançou versões de apps como o Gmail e Google Docs que funcionam offline, mas elas não oferecem os mesmos recursos que os aplicativos que você encontrará no Windows, Mac OS X e Linux.
Como diz o Barman na hora de encerrar o expediente: “não me importo pra onde você vai, desde que saia daqui”. Ou seja, você não precisa migrar para o Windows 8.1 ou Windows 7, mas precisa sair o mais rápido possível do Windows XP e migrar para alguma outra coisa. Qualquer coisa. Uma mudança pode ser dolorosa, mas já que você terá de enfrentá-la, faz sentido considerar todas as opções.
FONTE: IDG NOW