A redução dos preços de dispositivos tecnológicos, a oferta de pacotes de internet mais baratos e ampliação do investimento em infraestrutura impulsionaram o crescimento da banda larga no país no último semestre, que deve ultrapassar 43,7 milhões de acessos em 2017, alcançando 21% da população. Esses são os dados apresentados na nova edição do Barômetro Banda Larga 2.0, divulgada hoje pela Cisco do Brasil, que aponta um crescimento de 54,2% nos próximos quatro anos, motivado principalmente pelo aumento da demanda de conteúdos online durante os próximos eventos esportivos.
O estudo, conduzido pela IDC também em outros quatro países da América Latina, mostra que de janeiro a junho o Brasil alcançou 27,1 milhões de conexões, verificando no mesmo período a evolução de conexões móveis superior (8,7%) às conexões fixas (4,5%), com 36,5 conexões móveis a cada 100 fixas. A pesquisa considera como móvel somente as conexões via PC e modem, e não contabiliza acessos realizados através de smartphones e tecnologias M2M (machine to machine).
A concorrência entre as operadoras na oferta de pacotes a preços mais competitivos permitiram ao usuário brasileiro investir em planos com conexões mais velozes. Consequentemente, a chamada Banda Larga 2.0 (conexões iguais ou superiores a 2 Mbps) aumentou 7% no último semestre do ano e alcançou 11,75 milhões de conexões, totalizando 59% do total de conexões fixas — crescimento seis vezes maior que a Banda Larga 1.0 (de 128 Kbps a 2 Mbps). A velocidade média cresceu em 209 Kbps nos últimos seis meses e 556 Kbps no último ano.
Pela primeira vez, o estudo trouxe a evolução do 4G, lançado em abril deste ano. Mesmo disponível apenas há três meses, o 4G representou no mesmo período um crescimento próximo ao do lançamento do 3G e atingiu a marca de 174 mil assinantes. Já as assinaturas 3G aumentaram 6,1% nos últimos seis meses e superaram 7 milhões em junho. De acordo com o consultor do IDCSamuel Rodrigues, a tendência é que a concorrência do mercado promova a redução do preço do 4G nos próximos anos e impulsione o acesso, especialmente nos eventos da Copa e Olimpíadas, quando a demanda pelo serviço será maior.
O especialista também enfatizou a importância de iniciativas públicas como PNBL, REPNBL e Lei do Bem e da própria Lei Geral de Antenas, em votação na Câmara, na oferta de serviços de melhor qualidade e preços acessíveis e na ampliação da infraestrutura de rede móvel. Para Rodrigues, a expectativa de crescimento da fibras para FTTH se mantenha, especialmente em virtude de investimentos como Telefônica, Vivo, Oi e GVT. “O uso dessas tecnologias ainda é pequeno comparado à banda larga fixa, xDSL e Cabo, mas o REPNBL vai dar impulso extra, uma vez que desonera impostos, promovendo maior penetração no interior e o oferecimento de um serviço de maior custo-benefício.”
Segundo o presidente da Cisco do Brasil, Rodrigo Dienstmann, o crescimento banda larga tem sido explosivo e representa um papel distinto na economia. “Seja pelos investimentos feitos pelas operadoras, como pelos ganhos de produtividade propiciados pela tecnologia, a evolução da banda larga está relacionada ao crescimento potencial da produtividade no País e tem impactos em uma série de cadeias, como educação e saúde”. Na apresentação do estudo, o executivo também chamou atenção para a impacto da chamada “Internet de Todas as Coisas” para alguns setores, como o de táxi, em que aplicativos estão responsáveis por motivar transformações no mercado, seja na própria avaliação e escolha de motoristas.
FONTE: IT WEB