Autor: Dennis Altermann
A internet representa uma das maiores - se não a maior - mudanças culturais da história da humanidade. Apesar de ainda estar longe de ser acessível a todos, a internet se mostra a cada dia um divisor de águas para o futuro da humanidade. Tudo isto ocorre em diversos pontos, como cultura, economia e social. Talvez ela não pareça tão essencial para humanidade hoje, mas é hoje que estamos vendo as profundas construções que esta rede esta fazendo nas gerações que cresceram junto com - e após - a internet.
As maiores mudanças que ainda vamos ver talvez não estejem relacionadas diretamente com a internet, mas sim com a geração que está crescendo com este mundo mais tecnológico e esta trazendo diferentes perspectivas sobre problemas que pensávamos que já não tinha mais volta. A tão profunda mudança que se tem falado, portanto, não esta na tecnologia, mas na influência da tecnologia sobre as gerações mais novas.
O objetivo do livro Born Digital (que ainda não tem tradução, mas provavelmente deverá se chamar Nascidos Digitais), dos autores John Palfrey e Urs Gasser, tenta compreender alguns pontos chaves de qualquer ser social de uma perspectiva mais focada nas gerações recentes, aquelas que ele chama de "Nascidos Digitais", e uma referência ao fato de estes terem nascidos em uma época onde tudo se convertia (e ainda se converte) do analógico para o digital. O livro, lançado pela primeira vez em 2008, traz discussões realmente complexas e deixam muitas perguntas que ainda não tem resposta, perguntas que deverão ser totalmente reformuladas nos próximos anos. Sabemos que as ferramentais digitais estão ajudando a moldar as pessoas desta geração, e a internet é a principal dela. Mas o livro - por ser de 2008 - mal leva em conta a revolução dos dispositivos móveis, que começaram a trilhar o seu caminho a popularidade após o lançamento do Apple iPhone em 2007, um ano antes do lançamento do livro. Por razões óbvias o livro também não menciona o iPad, lançado em 2010, que tem uma forte influência na forma como vamos usar o computador daqui para a frente.
Os Nativos Digitais vão mover mercados e transformar industrias, educação, e a política global. As diferenças que eles trazem enquanto eles andam em direção a força de trabalho podem ter um efeito positivo imenso no mundo em que vivemos. Em geral, a revolução digital já fez este mundo melhor.
O livro é dividido em doze capítulos principais, onde os autores procuram esclarecer alguns pontos fundamentais para compreender o que é esta geração que hoje esta na ruas e em breve estará ocupando cargos de grandes empresas e de governos. Levando em conta que boa parte do mundo hoje é regida pelo capitalismo, que é governo basicamente por grandes empresas e governos democráticos, entender o que esta geração pode se tornar e onde pode chegar é fundamental para compreender as mudanças políticas que podemos ver daqui para frente. Talvez o maior exemplo disto para nós, sejam as manifestações que ocorrem ao longo do mês de Junho de 2012 aqui no Brasil. Não criada pela internet ou apenas por jovens, mas impulsionada de forma abismal por estes dois personagens da história. Os doze capítulos que devem ser mencionados são:
- Capítulo 1 - Identidade
- Capítulo 2 - Dossiers
- Capítulo 3 - Privacidade
- Capítulo 4 - Segurança
- Capítulo 5 - Criadores
- Capítulo 6 - Piratas
- Capítulo 7 - Qualidade
- Capítulo 8 - Excesso
- Capítulo 9 - Agressores
- Capítulo 10 - Inovadores
- Capítulo 11 - Aprendizes
- Capítulo 12 - Ativistas
A identidade, primeiro tema tratado pelos autores, é um dos pontos mais interessantes para analisarmos destas novas gerações. Para tornar as suas palavras um pouco mais simples, eles começam o primeiro capítulo comparando uma adolescente de 16 anos da Era Rural e uma adolescente da mesma idade dos tempos modernos. Antigamente a sua identidade era construída basicamente pela Identidade Pessoal e a Identidade Social, uma referente as suas características pessoais e a outra referente a visão que as pessoas tem de ti dentro da sociedade. A identidade pessoal nos dias de hoje segue o mesmo principio, mas a identidade social mudou completamente, já que você pode desempenhar diferentes identidades dependendo do contexto em que esta inserido. Seu perfil no Facebook é uma representação - controlada, até certo ponto - da sua identidade, enquanto o seu perfil no The Sims Online (jogo de simulação virtual online) representa uma outra faceta da sua identidade também controlada por você.
Da perspectiva de um nascido digital, identidade não esta dividida entre identidade online e offline, ou identidade pessoal e social. Porque estas formas de identidade existem simultaneamente e são tão próximas uma da outra, que os nascidos digitais praticamente nunca vão distinguir entre as suas versões online e offline. Eles estabelecem e comunicam as suas identidades simultaneamente no mundo físico e digital.
O tópico em comum entre tantas teorias sobre identidade é que as pessoas tendem a ter múltiplos níveis de auto-representação tanto na identidade social como pessoal - isto forma um todo.
Talvez uma das principais características da construção de identidade desta geração é que ela é feita através de diversos processos, em diversos lugares ao mesmo tempo. Mas a sua identidade social parece cada vez mais sair do controle das mãos deste jovem. Se antigamente ela poderia apenas trocar de cidade para começar uma vida nova, hoje talvez nem trocando de país você consiga fugir totalmente do seu passado. Esta falta de controle sobre o que as pessoas acham sobre você na internet - afinal, você não controla o que aparece quando pesquisam pelo seu nome no Google - torna estes jovens cada vez mais inseguros com a sua identidade. Dependendo da rede que esta pessoa esta participando hoje, ela pode ser vista de uma forma diferente. A cada serviço que ela participa, deixa pequenos rastros de sua faceta, que pode conter - ou não - traços de sua personalidade verdadeira. A pergunta que trago ao ler este trecho é: "A sociedade atual, em conjunto com a internet, está criando jovens esquizofrênicos?"
Estas são algumas, das várias facetas que fazem parte da identidade.
Este uso desenfreado das ferramentas, geralmente atrás do que está sendo usado no momento, o que está na moda, leva as pessoas a criarem contas e perfis em todos os grandes sites da internet. Este excesso de perfis cria um excesso de informações que vão sendo deixadas como rastro, criando um dôssie digital completo sobre a sua vida. Outro grande fator que contribui para que esta geração deixe cada vez mais informações espalhadas por aí são os benefícios oferecidos pelos serviços para aqueles com compartilharem mais informações.
Google, Amazon e Facebook talvez sejam os três principais exemplos neste caso, empresas que tem o seu negócio principal fortemente baseado na quantidade de informações que eles tem sobre você. Google e Facebook tem isto já pagam as suas contas com anúncios que direciona a você, e quanto melhor direcionar, maior a chance de você clicar. Falando desta forma até parece que somos idiotas ao fazer, mas porque escolhemos este caminho? Pelos serviços grátis, é óbvio. Mas não apenas isto, também pela conveniência. Você usa o Gmail, o email do Google, e porque não utiliza outro? Porque o Gmail é mais rápido, melhor e mais eficiente. Ao escolher ele você abriu mão de sua privacidade em troca de mais comodidade. A Amazon entra nesta lista porque rastreia todos os seus movimentos dentro do site, sempre buscando mais informações para oferecer o que ela tem de melhor para lhe vender. Justo? Talvez. Mas não pense você que trocar o seu Gmail para o email do BOL vai resolver o problema, porque quase todas empresas tem atitudes semelhantes e, quando não tem, oferecem serviços de baixa quaidade.
O problema começa muito antes de as crianças nascerem, já que desde o momento que uma mulher descobriu que vai virar mãe, ela já tira fotos, conta aos amigos e obviamente, vai no hospital, onde todas as informações sobre esta crianças será digitalizado, computada no banco de dados do hospital e por aí vai. A vida de uma criança hoje em dia já começa em um meio digital, de forma que o dôssie com todos os documentos de uma pessoa começam a ser construídas antes de ela nascer e vai ser escrito até depois de sua morte. Algumas coisas provavelmente nunca vão embora, pois vão continuar vagando em servidores ao redor do mundo.
O problema com o rápida crescimento desses dossiê digitais é que a decisão sobre o que será feito com as informações pessoais é feita por aqueles que controlam estas informações. A pessoa que contribui com informações para o seu dossiê digital geralmente tem um pouco de controle sobre as informações, mas geralmente exercita isso. A pessoa de quem a informação é relacionada - as vezes a pessoa que contribui, as vezes não - geralmente não tem controle de tudo que acontece com essas informações. A existência destes dossiê pode não ser problemática. Mas todos estes atos diários e individuais resultam em um rico e profundo relatório de informações associadas com individuo que podem ser pesquisadas e agregadas.
Este excesso de informação circulandos em milhares de computador ao redor do mundo e este comportamento de se desapegar as informações pessoais abrem uma discussão que acompanha a internet desde a chegada da web ao público, a privacidade. Sempre que há uma grande vazamento de informações de usuários de determinado serviço, como no caso da Playstation Network (serviço da Sony para jogar online jogos de videogame da marca Playstation), onde informações pessoais de mais de 77 milhões de usuários, ou mesmo em um ainda mais recente, do Facebook, que liberou telefone e email privados de 6 milhões de seus usuários. Tudo isto são apenas informações pessoais, talvez não muito prejudiciais, mas e no caso do Photobucket, onde uma falha de configuração deixou exposta as fotos privadas de milhares de pessoas que foram parar em fóruns como o Reddit (NSFW!). Você gostaria de ver a sua privacidade exposta desta forma? Eu acho que não.
São milhões de pessoas que tem suas informações expostas por este tipo de acontecimento, mas talvez ninguém nunca vá fazer qualquer coisa realmente ruim com os seus dados, afinal você é apenas um no meio de tantos outros que vazaram. Mas e se fizer? Estes casos não devem ser aceitos com um simples pedido de desculpas, porque nunca saberemos onde aquelas informações foram parar e nem para o que estão sendo usadas. Enquanto você lê esse post, é possível que alguém esteja baixando um arquivo de 5Gb que contém, entre outras coisas, todas as informações que você já postou no Facebook nos últimos dois anos. Consegue imaginar o que a pessoa pode fazer com isto? E uma vez que esta informação foi colocada na internet, provavelmente você nunca conseguirá tirar ela de lá - pelo menos nunca conseguirá ter certeza.
A grande maioria dos jovens é extremamente passível de deixar alguma coisa para trás no ciberespaço que vai se tornar como uma tatuagem - uma coisa conectada a pessoa que ela não vai poder retirar, mesmo que ela queira, não conseguirá sem muita dificuldade.
E como falar de dados pessoais e privacidade sem citar o VeriChip, uma tecnologia baseada em um pequeno transmissor dentro do seu corpo que coleta todas as suas informações relacionadas a saúde, desta forma, ao chegar a qualquer hospital, o médico tem rapidamente todo o seu histórico médico. Isto pode salvar a sua vida, mas também pode arruiná-la. Eles dizem que é seguro, mas toda tecnologia tem defeitos, já vimos dezenas de provas disso.
Esta realidade que estamos presenciando confronta principalmente a segurança do individuo. Quanto mais informações deixamos outras pessoas ter a respeito de nós, mais estamos arriscando a nossa segurança. No Brasil já vimos diversos casos de pessoais que tinham suas casa saqueadas quando avisavam no Facebook que estavam saíndo de férias. Isso é bem mais comum do que você pensa.
Primeiro, nós precisamos segurar a respiracão e nos lembrar que toda a nova tecnologia de comunicação trouxe novos medos. Quando introduzida, a maioria das novas tecnologias - incluindo coisas triviais como carros, rádio, televisão e o forno microonda - começou uma ansiedade, e até pânico. As pessoas geralmente tem medo do desconhecido.
Talvez a principal diferença entre os jovens e os adultos, pessoas de gerações bem diferentes, é que os mais jovens tem uma afinidade muito maior com a tecnologia, mas um conhecimento e experiência muito menor com a convivência humana de forma que uma pessoa desta idade não tem ainda o conhecimento de como o mundo realmente é, não sabe até onde realmente pode confiar nas pessoas e o que realmente pode ser feito. Do outro lado, temos as gerações anteriores, que já tem bem mais tempo de vivência, mas muito menos ligação com a tecnologia. Ambas as gerações tem pontos extremos, então como uma vai conseguir ajudar a outra? Como os pais, geralmente sem conhecimento tecnológico, vão conseguir ajudar a preparar os seus filhos para o uso seguro e correto das dezenas de tecnologias que esta criança tem ao seu alcance.
E a segurança destas pessoas não está ligada apenas ao lado físico, mas também ao aspecto social. Sabemos que uma das palavras da moda é o cyberbullying, um novo nome para um problema antigo. A adição do cyber na frente do bullying não tornou a coisa mais perigosa, mas apenas chamou atenção para algo que agora não acontece apenas na escola - ou as vezes na rua -, mas dentro da casa de cada criança. O jovem pode ser perseguido dentro de sua própria casa, porque os valentões agora podem encontrar o seu filho na internet, podem chegar a lugares que nem mesmo os pais conseguem. Como lidar com isso? É uma situação complicada e que merece muita atenção.
A discussão sobre o bullying coloca em foco uma preocupação muito maior. O excesso de violência nos meios de comunicação e na internet colocam os jovens em uma realidade muito mais violenta do que elas deveriam ter acesso. Muitos estudos são focados na influência que os filmes e jogos que contenham violência influenciam na formação de uma cidadão. Pouco se provou, mas muitos acusam os jogos de incentivar a violência enquanto outros dizem que ela serve como uma válvula de escape para um comportamento humano normal. Para os autores do livro, a violência em qualquer tipo de mídia tende a influenciar negativamente o receptor, e nos videogames, por tornarem o receptor em algo mais ativo, pode influenciar ainda mais. Claro que, segundo eles, apenas esta exposição não tornaria a pessoa violenta, mas que seria um dos fatores que poderiam desencadear tal comportamento.
Apesar de este excesso de conexões e tecnologia parecer algo muito ruim para a sociedade, devemos lembrar que há também muitos lados bons, atitudes e ações que inspiram e mostram que esta geração esta muito longe de ser uma "geração perdida", como muitos gostam de dizer. Algumas das pessoas que ajudaram a construir a internet, hoje são bilhonárias. A criação do Google mudou como nós buscamos dentro da internet e a criação do Facebook mudou a forma como nos relacionamos. Dentro da internet há muita gente que assim como os criadores destas duas empresas, os criadores.
Mesmo seguindo a lógica do 90-9-1, 1% cria, 9% compartilha e 90% apenas visualiza, podemos considerar que há muita gente criando conteúdo todo dia. Desde o mais enfadonho tweet até o serviço de blog que foi vendido para o Yahoo! por mais de 1 bilhão de dólares. Temos uma geração de inquietos, de pessoas que estão usando os meios digitais para ir muito além de publicação nas redes sociais, estão compartilhando conhecimento com os outros, gerando conteúdo. Hoje já podemos dizer que no YouTube há entretenimento de qualidade. Você consegue encontrar algum programa na televisão que seja mais engraçado do que o Canal Porta dos Fundos? Eu não consigo.
Os autores preferem distribuir este grande grupo de pessoas em "Criadores" e "Criativos". Criar conteúdo não é necessariamente ser criativo. Até porque criatividade é um termo relativo, que parece fazer cada vez menos sentido. Você já ouviu falar de remix? Mashups? Pois é, o que para muitos pode ser apenas um colchão de retalhos, para outros é arte. Talvez a véia criativa que ganhou mais força com a internet foi o remix.
Uma das mais sedutoras, e muitas vezes muito criativas, contribuições dos nascidos digitais - e, com certeza, muitos imigrantes digitais também - é a capacidade deles de usar novas formas de arte, um tipo de colagem digital chamada "remix" (as vezes também chamada de "mash-up"). A maioria das pessoas que usa a internet já se deparou com um "remix", geralmente encaminham para um amigo porque eles são engraçados e satíricos.
E o mais interessante é que essa cultura não surgiu com a internet, na verdade é apenas a contextualização de um comportamento humano tão antigo quanto os egípcios. Apesar de não citar no livro, acho que é fundamental para qualquer pessoa entender o que significa "remix" assistir ao documentário "Everything is a Remix", de Kirby Fergusson.
O documentário é dividido em 4 partes, que estão sendo disponibilizadas legendadas logo abaixo. A 1ª parte fala sobre como a "cópia" e "remix" no mercado da música é algo comum, mas muitas vezes mal interpretado; Na 2ª parte se fala de toda uma indústria criada em cima da "cópia" e do "remix"; Na 3ª se fala um pouco sobre como funciona a criatividade; E no 4º e último, se tratam as questões legais e o sistema de proteção de "propriedade intelectual".
Everything is a Remix Parte 1 [legendado] from baixacultura on Vimeo.
Everything is a Remix Parte 2 [legendado] from baixacultura on Vimeo.
Everything is a Remix Parte 3 [legendado] from baixacultura on Vimeo.
Everything is a Remix Parte 4 [legendado] from Marcelo De Franceschi on Vimeo.
Em meio a esta discussão sobre a criação de conteúdo e o aproveitando de conteúdo dos outros, muito se fala sobre direitos autorais, creative commons e tantos outros termos relacionado ao uso correto - legalmente falando - de conteúdo que está na web. Há uma discussão enorme dentro destes meios, discussões levantados por grupos como o Partido Pirata. Utilizar parte da música de alguém para criar uma nova música é pirataria, arte ou ambos? E uma das perguntas que tem me deixado mais intrigado, qual o limite de abertura que você, como artista, daria para alguém reutilizar o seu conteúdo?
Trabalho derivados são criações que são substancialmente copiadas de um trabalho pré-existente. Os fan fiction funcionam basicamente com a imitação de personagens originais, os seus nomes e hábitos, os seus gostos, o autor de uma fan fiction sempre esta a risco de ser processado por infringir a lei do copyright. Em um caso de de uso do Harry Potter para uma história pornográfica, uma empresa de Londres mandou, em nome de Rowling (autora do livro) e Warner Brothers, uma carta de "cesar-e-desistir" para pedir que o site de fan fiction remove-se a história pornográfica.
E quando estamos falando de baixar uma música no Pirate Bay para ouvi-lá de graça? Eu posso fazer isso? A pirataria sem dúvida um dos assuntos mais discutidos quando se fala de produção de conteúdo na internet. Ninguém quer ver o seu conteúdo sendo usado por outra pessoa sem que você seja creditado por isso - pelo menos quase ninguém. A pirataria de músicas e filmes tem destruído empresas consagradas do ramo do entretenimento e tem ameaçado a vida de Hollywood, berço das maiores produções cinematográficas da história do cinema (maior em custo, pelo menos).
Em meio a esta complicada realidade, diversas empresas buscam formas de evitar com que as pessoas usem a sua criatividade para conseguir filmes, músicas e seriados gratuitamente, sem pagar nada ao autor que as criou. Apesar de que, muitos artistas famosos da atualidades são a favor das músicas gratuitas, alegam que o dinheiro recebido em shows deveria ser o suficiente para um artista viver. Obviamente, nem todos concordam com isso, muito menos as gravadoras e estúdios.
Em 1999, muito antes de a internet se tornar realmente popular aqui no Brasil, Shawn Fanning e Sean Parker criaram o Napster, serviço de busca e download de músicas através de uma rede P2P que mudaria completamente o rumo das gravadores de músicas. As pessoas podiam baixar gratuitamente aquilo que antes elas compravam em CDs. Não preciso nem dizer que em pouco tempo o site foi processado e derrubado. Mas não adiantou, o estrago estava vendo e diversos serviços semelhantes se proliferaram. Vários processos rolaram, mas a pirataria através de rede P2P roda livremente hoje em dia por ai.
Você pode baixar o documentário legendado através do site do Partido Pirata.
(CLIQUE AQUI PARA BAIXAR)
As empresas estão tentando se proteger, mas fica difícil. Um caso recente, muito semelhante ao caso do Napster, é o do Pirate Bay. Para quem não conhece, o Pirate Bay é um site onde você pode buscar por torrents de músicas, fotos, arquivos, programas, seriados... qualquer arquivo digital que você possa imaginar. Torrent, para quem não conhece, é o arquivo que você utiliza para poder fazer downloads através das redes P2P. O Pirate Bay ainda existe, mas já sofreu diversos processos e os seus donos, Gottfrid Svartholm, Fredrik Neij e Peter Sunde, são acusado de pirataria em diversos locais do mundo. É uma situação complicada, que se torna ainda mais complexa por envolver milhões de dólares de empresas e a legislação de países diferentes.
Em um ambiente onde praticamente tudo é possível, mas não necessariamente legal, é crucial que nós ensinemos os nativos digitais sobre as suas responsabilidades, assim como os seus direitos.
A pirataria já faz parte da internet, mas diversas empresas estão tentando mudar isso. Uma das principais respostas e talvez a melhor solução contra a pirataria é o surgimento de serviços de streaming. Ao invés de comprar uma música ou filme, você paga uma mensalidade para um serviço que lhe oferece várias músicas e/ou vários filmes sob-demanda.
FONTE: Midiatismo