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N o t í c i a s

12/8/2013
Rede social precisa "comer nas beiradas" do Facebook

Mais de 1,15 bilhão de pessoas, algo em torno de 16% da população mundial, acessa o Facebook todo mês. Mesmo com esse domínio do setor pela empresa de Mark Zuckerberg, empresários brasileiros investem na criação de redes sociais.

O desafio deles é criar uma experiência de uso inovadora para um público específico, que pode até estar no Facebook, mas busca outros sites para discutir certos temas com mais profundidade.

"É preciso criar algo bom o suficiente, já que existem grandes desenvolvedores pensando o tempo todo em como melhorar as plataformas que já existem. Hoje, uma rede social sem um público bem definido não existe", diz Francisco Saraiva, professor da FGV.

Esse foi o caminho escolhido pelos sócios da iDent. O objetivo é claro: facilitar o contato profissional entre dentistas.

No site, os usuários conseguem publicar artigos científicos e pedir opinião sobre casos que estão tratando.

A rede foi aberta em agosto de 2010 e tem 50 mil profissionais cadastrados.

A expectativa de faturamento da empresa para este ano é de R$ 1 milhão --o negócio tem cerca de 30 anunciantes da indústria odontológica.

"A vantagem para as marcas é que estão falando diretamente com o público que tem interesse nelas. A comunicação é bem direta", explica o diretor de companhia Felipe Cabral, 28.

Atualmente, a empresa está negociando com dois fundos de investimento. "Optamos por primeiro fazer o site ter audiência e só depois buscar os investidores", diz.

Segundo o coordenador do centro de empreendedorismo do Ibmec, Marco Aurélio de Sá Ribeiro, no mercado para redes sociais segmentadas há oportunidades que ainda não foram exploradas.

Conseguir atrair um grupo de usuários com interesses comuns pode chamar a atenção das agências de publicidade --essa é a principal fonte de receita desses negócios.

"É algo poderoso para as marcas porque o filtro de clientes já está feito", afirma.

Investidores ainda torcem o nariz para iniciativas assim. Para Frederico Lacerda, sócio da aceleradora de negócios 21212, não é fácil achar uma maneira de ganhar dinheiro com esse tipo de negócio, já que não se pode cobrar nada de quem o usa.

"Nem o Google+ conseguiu disputar a atenção com o Facebook, então imagina os demais. É muito difícil, porque uma rede social demora muito para crescer. Então, é complicado apostar de corpo e alma desde o início. O retorno não virá rápido."

MUNDO REAL

Os donos da rede social Brejas, para fãs de cervejas, que tem 18 mil usuários cadastrados, faturam também com eventos associados à marca e com um bar de mesmo nome que fica em Campinas (interior de São Paulo).

" O site tem altos e baixos dependendo do quão aquecido está o mercado de cervejas", diz o idealizador do negócio, Ricardo Martins Sangion, 37.

Para o professor Felipe Wasserman, da ESPM, no início é importante se concentrar em atrair um público que seja fiel, não necessariamente numeroso.

"A dificuldade é fazer o site rodar. Você não precisa de 500 mil pessoas para funcionar. É melhor ter mil engajadas e falando entre si."

ENGAJAMENTO

Os sócios da Fashion.me, rede social de moda, apostam na criação de ferramentas que aumentem a interação dos usuários. Uma delas é uma opção na qual é possível montar um "look", que pode ser comentado, curtido e compartilhado.

"Se os membros não se falarem entre si não faz sentindo. Oferecemos também a experiência de a pessoa se sentir uma estilista", diz o fundador, Flávio Pripas, 36.

A empresa foi lançada em agosto de 2008, recebeu um aporte do fundo Intel Capital e abriu escritório nos Estados Unidos no ano passado.

Já o site brasileiro Teckler, lançado em maio deste ano, aposta na remuneração de usuários para atrair público.

A rede social remunera os usuários de acordo com o número de visualizações que o conteúdo que eles postam recebe --70% do valor dos anúncios é repassado aos internautas.

De acordo com o fundador Claudio Gandelman, 43, hoje são 650 mil usuários e 120 mil posts publicados.

"Precisamos de uma quantidade imensa de usuários, para faturar mais. Criamos uma forma nova de valorizar o que a pessoa escreve", diz.

FONTE: Folha de S.Paulo


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