Uma das tecnologias que tem chamado atenção nos últimos tempos, deixando muitas pessoas empolgadas são as Smart TV. Para quem não conhece, as Smart TVs são um termo destinado as televisões que tem surgido nos últimos tempos que buscam se integrar melhor a serviços online.
O conceito de “smart” é um pouco amplo, assim como os “telefones” se transformaram em “smartphones”, as “TVs” se transformaram em “Smart TVs”. De resumo, é um conceito comercial na busca de agregar valor a um produto que precisa se reinventar todos os anos devido a alta concorrência e a falta de novidades técnicas.
Apesar de já existirem lá fora a algum tempo, no Brasil elas começaram a chamar atenção em 2012, quando este tipo de produto teve aumento de vendas em 15% durante o ano, quando o preço desta tecnologia começou a ficar mais acessível. Aos poucos as Smart TVs começam a tomar o seu espaço, a previsão é que em 2016 quase todas as TVs produzidas no mundo sejam Smart TV .
De fato, o número destes aparelhos tende apenas a crescer nos próximos anos e por se tratar de uma evolução das televisões, devemos prestar bastante atenção, já que no Brasil é estatisticamente permitido dizer que todos os lares tem ao menos 1 televisor. A influência da televisão no país é enorme e qualquer tecnologia que venha alterar isto merece atenção.
O que diferencia uma Smart TV de um televisor comum?
A diferença básica está na possibilidade de se conectar a serviços ondemand (sob demanda), ou seja, você não está mais preso a grade de programação dos canais de televisão. Você pode acessar o Netflix, Hulu e tantos outros serviços de seriados/filmes, diretamente através de sua TV. O mesmo serve para Youtube, que vem trabalhando muito forte na criação de conteúdos de alta qualidade, como seriados, transmissão de shows e grandes eventos.
Os fabricantes destes aparelhos também destacam muito a utilização de aplicativos, como usar o Facebook, Skype, bancos, portais de conteúdo, etc. Apesar de eu acreditar que este não é algo que as pessoas tenham muito interesse de utilizar em suas televisões.
Outro ponto importante de se destacar é o possível trabalho de integração destes aparelhos com o restante dos seus aparelhos, integrando facilmente smartphones, tablets, computadores, media players e televisões.
Para marcas e empresas, o que isso muda?
Isto afeta diretamente o trabalho de quem atua na área de televisão, seja anunciante, patrocinador de programas ou criador de conteúdo. As tendências mostram que as pessoas estão procurando diferentes formas de entretenimento, principalmente onde se tem mais controle do que você irá assistir. Empresas de canal por assinatura já oferecem serviço de gravar automaticamente programas, assistir filmes no horário que você quiser, etc.
Se você tem costuma de anunciar em televisão, é interessante pensar como isto afeta diretamente os tradicionais comerciais de 30 segundos. Não, eles não vão acabar, mas podem sofrer forte influência sobre o modo como as pessoas assistem televisão.
Para as empresas que trabalham na geração de conteúdo, será que o próximo passo de sua marca não é se conectar ao consumidor através de um aplicativo para televisões?
Eu não acredito que mude tanto assim
Apesar do que muitos profissionais defendem, eu não acredito muito no futuro destas “televisões espertas”. Claro, elas são interessantes e oferecem serviços práticos, mas grande parte do que estão oferecendo já existe em outra ferramenta que a maioria já possui. Será que vale mesmo a pena mesmo comprar uma televisão para assistir Netflix quando praticamente qualquer um de seus outros aparelhos faz isto com facilidade? Será que vale a pena ter uma televisão que se conecta com o seu celular se você já tem outros meios de fazer a mesma coisa?
Ao que me parece, existe muito empolgação em relação as tecnologias e isto acaba escondendo alguns detalhes como, por exemplo, os números de televisões vendidas. Muitas notícias e pesquisas mostram que há sim um grande aumento na venda de televisões estilo “Smart TV”, mas nenhuma delas questiona se as pessoas estão comprando por elas oferecem o que oferecem ou apenas estão comprando pelos outros atributos (Tamanho, qualidade da tela, etc).
Poucas pesquisas mostram a satisfação das pessoas com este aparelho, se as pessoas realmente usam o seu recurso ou se as pessoas acreditam que as Smart TVs foram uma boa compra.
Este assunto me lembra um pouco as iTV (televisões interativas), que deram tanto o que falar no passado, mas nunca decolaram de verdade.
Posso estar errado, mas acredito que daqui a 10 anos não vamos ter Smart TVs, pelo menos não como temos hoje, essa tecnologia precisa provar que é realmente útil para o consumidor. Oferecer serviços de vídeo sob demanda é interessante, mas enquanto esta função tiver que vir de fábrica ou depender das questões comerciais relacionadas ao fabricante, não acredito que vá “decolar”.
E você, acha que as Smart TVs vão trazer grandes mudanças para a área de mídia digital nos próximos anos? Ou você, que é usuário de Smart TV, o que acha da tecnologia?
FONTE: Midiatismo