O que cada um de nós tem feito na internet, ou mais especificamente, nas redes sociais? Temos criado e compartilhado conteúdo. Sim, viramos agentes disseminadores de informações. E discernir o que pode ou não nesse ambiente virtual já não é tão simples.
Se as pessoas estão patinando, com o mundo corporativo não é muito diferente. A relação que tínhamos com nossos consumidores era uma relação privada, uma relação a dois: empresa x consumidor, do momento da decisão de compra até os processos de pós-venda. Agora não é bem assim. O relacionamento com o cliente virou um assunto tratado na esfera pública, pra todo mundo ver. E aí, faz parte corrermos o risco de acertar ou não. São as dores da evolução da tecnologia e da própria comunicação, do marketing, do relacionamento. Evolução do comportamento de forma geral.
Lendo sobre o Google Glass (a mais nova empreitada do Google), vi que mesmo antes de ser lançado já levantou polêmicas como a privacidade das pessoas, tal o poder de registro e compartilhamento da ferramenta, e até mesmo sobre o uso, pelo Google, de todo o conteúdo gerado pelos seus usuários.
Se estamos vivendo nesse ambiente onde tudo é compartilhado e onde cada indivíduo é mídia, nada mais justo voltarmos à discussão da privacidade, do público e do privado e da própria ética – seja a sua, ao produzir e compartilhar qualquer material, ou das empresas, que se relacionam em ambientes tão abertos. Cada vez que uma companhia traz uma discussão como essa, estamos avançando na própria redefinição desses conceitos.
Penalizar os gadgets e os avanços da tecnologia me parece não ser o caminho, pois toma o lugar de uma pauta muito mais aprofundada: a responsabilidade no conteúdo gerado e no gerenciamento de informações dos indivíduos.
A própria sociedade tem que criar meios de adaptação a essa nova realidade, onde perdemos um pouco o controle do que é privado. É uma discussão coletiva sobre nossos próprios limites, sobre nosso comportamento enquanto potenciais geradores de informação e o domínio desse mundo virtual nas nossas vidas.
FONTE: Meio & Mensagem