O 12º Relatório Global de Tecnologia da Informação 2013, fruto de uma parceria entre o Fórum Econômico Mundial e a INSEAD com a Samuel Curtis Johnson Graduate School of Management, indicou que a maioria das economias em desenvolvimento ainda não conseguiu criar condições para eliminar a diferença competitiva com as economias avançadas quando o assunto é TIC.
Segundo o estudo, apesar dos esforços na década passada para melhorar a infraestrutura das TIC nos países em desenvolvimento, existe uma nova fronteira digital na forma como elas são utilizadas para proporcionar competitividade e bem-estar.
Com o tema “Crescimento e Trabalhos em um Mundo Hiperconectado”, o Relatório sugere que as políticas internas de economias em desenvolvimento não estão conseguindo converter o investimento nas TIC em benefícios tangíveis, no que se refere à competitividade, desenvolvimento e emprego.
A isso, se soma a fronteira digital que já existe entre os países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento no acesso à infraestrutura e conteúdo digital.
O Networked Readiness Index (NRI) do Relatório, que mede a capacidade de 144 economias de aproveitar as TIC em prol do crescimento e bem-estar, indica na liderança a Finlândia (1º), Singapura (2º) e a Suécia (3º). Os Países Baixos (4º), Noruega (5º), Suíça (6º), Reino Unido (7º), Dinamarca (8º), Estados Unidos (9º) e Taiwan, China (10º) completam o top 10.
As economias do BRICS e principalmente a China (em 58º, após cair sete posições), continuam atrás na classificação. O Brasil, depois de passar da 56ª para a 65ª colocação em 2012, subiu para 60ª posição na nova edição do estudo.
O rápido crescimento econômico sustentado dos últimos anos nesses países pode estar correndo riscos, a menos que sejam realizados os investimentos adequados em TIC, qualificação e inovação.
Com uma cobertura recorde de 144 economias, o relatório continua sendo uma das avaliações mais abrangentes e confiáveis relacionadas ao impacto das TIC sobre a competitividade dos países e o bem-estar de seus cidadãos. Para essa avaliação, o NRI analisa o grau de preparação de uma economia para aproveitar totalmente as TIC em matéria de infraestrutura de TIC, custo de acesso, presença das qualificações; compreensão e uso das TIC entre os governos, empresas e indivíduos; ambiente de inovação e de negócios; quadro político e Impactos econômicos e sociais gerados pelas TIC.
"Essa análise mostra como a combinação de investimentos em TIC com investimentos em qualificação e inovação pode ajudar as economias a cruzar uma ’fronteira mágica‘, além da qual o retorno sobre o investimento aumenta significativamente”, afirma Bruno Lanvin, Diretor Executivo do e-Lab da INSEAD e co-editor do relatório. "Cada país precisa identificar o que o impede de cruzar essa fronteira, caso não tenham ainda cruzado, para cumprir as metas de crescimento e inovação de longo prazo", completa.
"A função das TIC no apoio ao crescimento econômico e a geração de empregos de qualidade nunca passaram por um exame minucioso. Apesar das preocupações iniciais de que as TIC acelerariam a implementação dos recursos nos países em desenvolvimento, os benefícios das TIC são agora amplamente reconhecidos como uma forma importante para as empresas e economias otimizarem a produtividade, liberar recursos e impulsionar a inovação e a geração de emprego", ressalta Beñat Bilbao-Osorio, economista da Rede Global de Competitividade e Benchmarking, do Fórum Econômico Mundial.
Em oposição a esse cenário, "os países precisam de ferramentas para medir e controlar o progresso, e o relatório passou a ser a avaliação internacional mais abrangente e respeitada, fornecendo aos decisores políticos, empresários e sociedade civil em geral uma ferramenta útil para a elaboração de estratégias nacionais para maior prontidão em rede e para que o desempenho de seus países sejam referência em relação a outros comparadores relevantes", destaca Soumitra Dutta, co-editor do relatório.
O Brasil tem superado gargalos estruturais de TI nesse momento de investimentos no país, mas precisa avançar para se manter competitivo. É o que aponta o diretor presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Erik Camarano. “É preciso implementar estratégias que permitam a inclusão digital efetiva em todo o território nacional, caso contrário corremos o risco de perder competitividade global e não proporcionar à população os benefícios sociais da TI. Temos muitos desafios pela frente, mas o relatório é um excelente balizador para as políticas que o país deve desenvolver daqui para frente, em um período crucial para a economia nacional”, afirma o diretor.
FONTE: Meta Análise