Nos últimos anos o Big Data vem ganhando importância na pauta das organizações. Nosso foco aqui não é discorrer sobre a grande capacidade de geração e armazenamento de dados que nossa sociedade possui hoje, tampouco tratar de casos que parecem homéricos e quase intangíveis, mas refletir sobre alguns pontos de como o Big Data pode ajudar nossas empresas a conhecer melhor seus clientes e dirigir ações de sucesso a eles, de maneira simples e eficiente.
Um recente estudo conduzido e publicado pela Columbia Business School e NYAMA – The New York American Marketing Association -, intitulado “Marketing ROI in the Era of Big Data”, mostrou que enquanto 91% dos Executivos sêniores acreditam que marcas de sucesso utilizam dados de clientes para dirigir suas decisões de negócio, 39% deles dizem que suas empresas não conseguem transformar dados em ações práticas. Vamos entender as causas levantadas e avaliar se elas fazem sentido em nossa realidade local.
O desafio para a maioria dos executivos é integrar e compartilhar dados de diferentes setores da empresa, isso significa que as empresas possuem os dados, mas divididos em silos que não se falam. Na verdade, do ponto de vista tecnológico, isso pode ser resolvido sem grandes esforços, uma vez que nos dias atuais, custos relacionados a captura, processamento e armazenamento não são mais proibitivos como no passado; há uma infinidade de ferramentas e tecnologias que nos permitem integrar e complementar as diferentes fontes de dados, em um único local, para transformá-los em informação de qualidade e que ajudem os departamentos e o Board nas suas tomadas de decisão.
Vale destacar que um Projeto de Big Data deve ter um patrocinador, de preferência do alto escalão, que entenda o por quê, ou seja, a justificativa do Projeto acontecer e que esteja disposto a definir ou ao menos deliberar e aprovar com as áreas envolvidas os novos KPIs ou Indicadores de Performance que cada área e o C-Level obterá ao fim do Projeto. Ademais, é importante entender como estes novos dados apoiarão as áreas em questão a enriquecer o conhecimento sobre seus clientes e em consequência tomarem decisões mais assertivas ou ate mesmo, para cada uma de suas ações, medir o retorno de maneira mais eficaz.
É interessante notar que apesar do nome remeter ao uso de grande volume de dados – Big Data – o foco das ações está na granularidade, ou seja, no cliente individual. A personalização da comunicação para targets específicos e, se possível, indivíduos, continua e sempre continuará em alta. Nada de novo até aqui. Muda-se apenas o meio para se chegar ao objetivo final. A diferença é que o desafio aumentou – e muito – com o crescente número de canais de comunicação e interação que os clientes possuem hoje: Rádio e TV, participações em eventos, uso de aplicativos mobile para diferentes finalidades, assistir vídeos online e se engajar em fã pages ou compartilhar conteúdo, contatos via eCRM no twitter, chat ou call center. O consumidor esta em diversos lugares – as vezes ao mesmo tempo – e a interação com a sua marca se dá de maneira distinta em diferentes canais. Como transformar estes dados em informação relevante e valiosa? Não há receita de bolo ou formula para o sucesso. Para cada empresa, uma solução e para cada solução muito trabalho de implementação e ajustes.
Por último, cabe a definição de quais dados externos, que são gerados por outsiders, ou seja, fora da organização e que podem ter impacto direto nos negócios. Dados referentes a tempo e temperatura ajudam a definir o mix de vendas e as vitrines de varejistas, monitoramento dos Trend Topics de #hashtags no twitter alteram as ofertas no próprio twitter, em redes sociais e ações de e-mail marketing.
Em resumo, Big Data não é tão novo assim. A novidade esta na forma de integrar dados – e pessoas/equipes – para trabalharem com mais inteligência. O resultado deve ser um melhor nível de serviço para clientes e consumidores. E claro, mais eficiência e lucratividade para a empresa.
FONTE: IAB Brasil