Com a profissionalização do uso da mídia social por empresas e marcas de diversos segmentos, criando fan pages, perfis, blogs e bolando campanhas, fala-se muito sobre como empregar os esforços de modo relevante, que dê resultados. Nisto, citamos consistência, inovação, feedback imediato e grande parte dos profissionais chegou à conclusão de que o rei nesta história é o conteúdo. Independente da plataforma, ele deve ser instigante, trazer um diferencial e reforçar a marca, colaborando para consolidá-la como referência. É com certeza um elemento-chave em uma presença digital saudável. Mas é mesmo dono da coroa?
Vamos pensar no conceito clássico de soberania de um rei. Rei é aquele que é líder de um povo, claro, mas também o que dá a última palavra. O conteúdo é, talvez, a “ferramenta” mais eficiente da era digital e certamente um líder. Mas, pensando de modo mais amplo, ele não dá o veredicto de nada: As estratégias de comunicação e de produtos são estruturadas visando um público-alvo. É aceitação dele, independente de qualquer mandamento imposto, que vai determinar se um conteúdo obteve sucesso ou não. É óbvio que qualidade é fundamental, mas ela precisa agregar valor para alguém ou de nada adianta.
Já li também que relacionamento é rei na era digital, não o conteúdo. O problema é que isto implica fundamentalmente no mesmo erro. Com quem você deve se relacionar? Quem vai decidir se você está sendo prestativo e relevante? E se ele for do tipo que não quer conversar, e aí? Isso pode acontecer, sim. A única constante em qualquer desses fatores é o consumidor.
É por este motivo que os profissionais mais lúcidos, inclusive considerados “gurus”, falam tanto em estratégia em torno do comportamento, não da ferramenta. Saber como usá-la é essencial, mas para garantir que o emprego seja o mais eficaz possível, é preciso pesquisar, analisar, acompanhar e ouvir o público. Enfim, entendê-lo o máximo possível, como um melhor amigo, para ter uma idéia do que vai deixá-lo feliz. Lembre que trabalhamos tanto convencimento quanto “encantamento” aqui.
É inútil falar em relevância e eleger seu soberano sem levar em consideração que, em última instância, quem dá a palavra final não é você. Não é o conteúdo que é rei, mas seu leitor, seu seguidor, seu fã, seu espectador, seu ouvinte: O seu público-alvo está no trono e não pode ser deposto. É ele que vai te ignorar, te elogiar ou te atacar se for contrariado. E é ele que se não se sentir satisfeito e não gostar do seu malabarismo pode mandar cortar a sua cabeça.
FONTE: Social e Mídia