Buscando entender como os consumidores de informações vêem os veículos de comunicação, a revista IMPRENSA refez uma pesquisa que foi publicada em 1987. Os resultados apontaram uma grande desconfiança dos cidadãos diante dos meios de comunicação.
Se no final dos anos 1980 a ditadura militar ainda estava fresca na memória das pessoas, imaginava-se que a desconfiança sobre a credibilidade da mídia era justificada pelo longo período de censura e meios comandados pelo governo. Mas, 25 anos depois, os resultados mostram que a desconfiança sobre a credibilidade da mídia só aumentou.
O único meio que apresentou aumento de confiança foi o jornal impresso. O número de leitores que responderam que as notícias são publicadas exatamente como acontecem passou de 14% para 18%.
Para os outros meios, os resultados são preocupantes. Aumentou o número de pessoas que declararam acreditar que as pesquisas são distorcidas em todos os outros meios: TV (de 67% para 76%), rádio (61% para 72%) e revistas – meio com maior índice de desconfiança (65% para 87%).
A pesquisa também aponta a diferença entre a percepção da confiabilidade da mídia por escolaridade e classe social. Dentre os pesquisados com escolaridade até a 8ª série, 62% responderam que nos últimos dez anos a confiança na mídia permaneceu a mesma. Esse número cai para 51% entre os entrevistados com ensino superior.
Outro dado que chama a atenção é quantidade de pessoas da classe A e B que acreditam que as notícias publicadas nos meios de comunicação não são totalmente verídicas. Dentro esse grupo, 10% acreditam que todas as publicações são distorcidas. Essa porcentagem cai para 3% entre os pesquisados das classes D e E. Para os apontamentos foram ouvidas mais de duas mil pessoas, da região metropolitana de São Paulo.
Infelizmente, a pesquisa não traz os dados sobre a confiança na internet. Talvez eles tenham guardado os dados para fazer um comparativo daqui a 25 anos. Vamos aguardar.
FONTE: Virta Blog