Acho que poucos conhecem o trabalho do Cetic.br, um órgão do Comitê Gestor de Internet no Brasil responsável por coordenar e publicar pesquisas sobre o setor no país, desde número de internautas, a principais pontos de acesso e penetração por classe social e outros fatores demográficos.
Criado em 2005, o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) é o departamento do NIC.br responsável pela coordenação e publicação de pesquisas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil. Esses estudos são referência para a elaboração de políticas públicas que garantam o acesso da população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), assim como para monitorar e avaliar o impacto socioeconômico das TICs.
Todo o ano eles divulgam uma pesquisa demoninada TIC Domicílios (Tecnologias de Informação e Comunicação) com o poio do IBOPE inteligência que conta como um Censo da internet brasileira (25 mil domicílios analisados), esse censo é a fonte mais confiável para se extrair dado oficiais sobre o status da internet no país. A última versão da pesquisa, que vamos analisar nesse post, é de 2011.
O relatório apontou 6 grandes destaques para a internet no Brasil:
1.Cresce a posse do Computador e Internet nos domicílios
Entre 2008 e 2011 o número de computadores em domicílios aumentou de 28% para 51% sobre o total (+23pp)
O acesso a internet em domicílios aumentou na mesma proporção de 20% para 43% no mesmo período (+23pp)
2.Tecnologias móveis avançam, sugerindo mudança de comportamento
Em 2011 o celular (87% dos domicílios) passa o rádio (80%) e é a segunda mídia mais presente no domicílio
Computadores fixos cairam de 95% para 79% dos domicílios (-16pp) entre 2008 e 2011
No mesmo período os notebooks sairam de 10% para 39% (+29pp)
Em 2011, a banda larga móvel (18%) ultrapassa o acesso discado (10%) pela primeira vez
Uso da Internet nos celulares pré-pagos cresce de 5MM em 2010 para 18MM em 2011
Planos de Internet para pré-pagos são responsáveis por 81% do crescimento.
3.O uso da Internet no domicílio substitui acesso nas lanhouses
Entre 2008 e 2011 o número acessos e centros públicos pagos (Lanhouses) caiu de 47M para 28M
Enquanto isso o acesso em domicílios cresceu de 47M para 69M (46%) no mesmo período
4.Cresce a proporção de brasileiros que compram na Internet
Proporção de pessoas que realizaram uma compra nos últimos 12 meses cresceu 10pp
Pesquisa de preços é realizada por 59% das pessoas que já acessaram a Internet
Entre a população com renda a partir de 5SM, pelo menos metade já fez compras pela rede
70% das compras online são pagas no cartão de crédito
5.Desigualdades regionais ainda são desafio para posse e uso das TIC
Existe uma grande diferença entre o uso da Internet entre regiões do país, existe um grupo desenvolvido (Sudeste, Sul, Centro-oeste – média de 40% a 50%) e outro sub-desenvolvido (Norte e Nordeste – média de 22%)
A segmentação por classe social também mostra disparidade, na Classe A 9% possuem acesso, na B 76%, na C 35% e na D/E apenas 5%
A população rural também fica pra trás com apenas 10% de acesso vs. 43% da população urbana
6.Preço e disponibilidade de infraestrutura ainda são barreiras
Custo elevado é a principal barreira para a falta de Internet no domicílio (48% dos domicílios)
Falta de disponibilidade apresenta crescimento ao longo dos anos (25% dos domicílios)
O panorama geral é positivo, os indicadores mostram um aumento da penetração da internet e do crescimento do uso de dispositivos móveis, principalmente da rede de celulares pré-pagos. Apesar disso, o crescimento ainda é heterogêneo, tendo como principal barreira o crescimento em regiões rurais e em faixas sociais mais baixas.
Como advento do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) esse cenário pode ser alterado, já que o plano é fornecer infraestrutura e acesso a internet em banda larga com baixo custo, apesar disso, uma grande barreira a ser vencida é a diferença causada por classes sociais e diferenças do nível de educação da população, algo que só pode ser resolvido com outros grandes movimentos do governo em relação a sua política de educação.
Veja a apresentação COMPLETA do CETIC CLICANDO AQUI
FONTE: CETIC